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Lula recebe Juscelino nesta 2ª para cobrar explicações sobre denúncias

O titular das Comunicações do governo Lula vem sendo pressionado por denúncias feitas pela imprensa. União Brasil defende permanência dele

atualizado

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Ricardo Stuckert/Divulgação
Lula cumprimenta Juscelino Filho, indicado para o Ministérios das Comunicações
1 de 1 Lula cumprimenta Juscelino Filho, indicado para o Ministérios das Comunicações - Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai receber, às 16h desta segunda-feira (6/3), no Palácio do Planalto, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), que vem sendo pressionado a sair do cargo após denúncias que começaram a ser publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Juscelino usou voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para fora de Brasília e  recebeu diárias sem que estivesse atuando a serviço do governo.

No sábado (4/3), o ministro disse estar “comprometido em esclarecer todas as denúncias infundadas” feitas contra ele pela imprensa ao longo das últimas semanas e agradeceu pela oportunidade de ser ouvido “com isenção e serenidade”.

Na reunião, o auxiliar deverá apresentar ao mandatário suas explicações sobre as denúncias. Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, a aposta de ministros do Palácio do Planalto é que o presidente só exonerará o auxiliar caso ele não consiga esclarecer os fatos.

Pesa a favor de Juscelino, ainda, a pressão de seu partido para que Lula o mantenha no cargo.

Na última quinta-feira (2/3), Lula disse que o auxiliar deverá sair de seu cargo caso não consiga provar inocência. Conforme o presidente, não foi possível falar com Juscelino nos últimos dias porque o ministro estava em viagem ao exterior a serviço do ministério.

“Eu tentei esta semana conversar com o Juscelino. O ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério, discutindo um encontro das Comunicações. Eu já pedi para o ministro Rui Costa convocar ele para segunda-feira [6/2] a gente ter uma conversa, porque ele tem direito de provar a sua inocência. Mas se ele não conseguir provar a sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, disse Lula em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo.

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Em nota divulgada também na quinta, Juscelino disse ter devolvido as diárias referentes à viagem a São Paulo, em janeiro deste ano, que não tinha relação com o cargo. Na ocasião, ele passou o fim de semana em compromissos pessoais no estado, participando de leilões de cavalos de raça.

O ministro solicitou um avião da Força Aérea Brasileira para agendas na sede da Claro, em São Paulo, e realizou ainda uma visita ao Escritório Regional da Telebras. Pela viagem, entre entre 26 e 30 de janeiro, Filho recebeu quatro diárias e meia, apesar de não ter trabalhado no fim de semana.

União Brasil em defesa do ministro

No fim de semana, o União Brasil divulgou uma nota em defesa do titular das Comunicações.

No documento, a legenda também critica a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, por ter afirmado que Juscelino deveria se afastar do ministério para evitar constrangimentos a Lula.

Em entrevista ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Gleisi afirmou que Juscelino deveria “pedir um afastamento para poder explicar e justificar” sua conduta. “Isso impede o constrangimento de parte a parte”, pontuou a deputada federal.

A declaração de Gleisi desagradou os líderes do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento, e no Senado Federal, Efraim Filho. Em nota, os parlamentares repudiaram as falas de Gleisi e disseram que a deputada utiliza “dois pesos e duas medidas” para tratar de assuntos da vida pública.

“Lamentamos que Gleisi utilize dois pesos e duas medidas para tratar de assuntos inerentes à vida pública. Quando atitudes dos seus aliados são contestadas – e não faltaram acusações a membros do PT na história recente do país – a parlamentar prega o direito de defesa. Quando a situação se inverte, prefere fazer pré-julgamentos”, consta na nota.

Os líderes também afirmaram que o “direito de defesa e presunção da inocência” são válidos para “Gleisi, Juscelino e todos os brasileiros”.

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