Janot reage à determinação de Bolsonaro: “Hoje assinei a Folha”
O presidente mandou cancelar todas as assinaturas do veículo no governo federal. Ex-PGR defendeu a “liberdade de expressão” e a “democracia”
atualizado

Semanas após as recentes polêmicas que o envolveram em uma espiral de críticas e ações judiciais, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot foi às redes sociais para criticar uma iniciativa do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). O ex-PGR afirmou que, apesar de ter “várias divergências” com a Folha de S.Paulo, a “liberdade de expressão é um dos pilares da democracia”.
A declaração faz referência à medida tomada por Bolsonaro de mandar cancelar todas as assinaturas da Folha no governo federal. Janot rebateu: “Divergências se resolvem no plano das ideias, não no silêncio imposto ou induzido. Hoje assinei a FSP. Imprensa livre!”.
Após Algum tempo afastado, volto ao convívio. Todos conhecem minhas varias divergências com a FSP. A liberdade de expressão é um um dos pilares da democracia. Divergências se resolvem no plano das ideias, não no silêncio imposto ou induzido. Hoje assinei a FSP. Imprensa livre!
— Rodrigo Janot (@Rodrigo_Janot) November 1, 2019
O ex-PGR manteve silêncio nos últimos dias. O motivo? Digamos que não tenha sido exatamente a determinação de resolver as divergências no plano das ideias. Em entrevista, ele revelou ter tido a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Janot chegou a informar que foi armado ao Supremo, com intenção de assassinar o magistrado e depois se suicidar, mas desistiu.
Assinaturas canceladas
Na última quinta-feira (31/10/2019), o presidente determinou o cancelamento de todas as assinaturas da Folha no governo. “A ordem que eu dei é de que nenhum órgão no meu governo vai receber o jornal aqui em Brasília”, afirmou ele em entrevista ao programa de José Luiz Datena, na Band.
Ele disse ainda que não queria ser acusado de censura: “Quem quiser comprar, vá na banca e compre, eu não quero mais saber”. Bolsonaro citou entrevista que concedeu no dia 3 de setembro ao jornal, quando, segundo ele, a reportagem não teria publicado “nada” do que ele falou: “Só saiu desinformação, não dá para confiar”.