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Grevistas agridem com chutes e empurrões funcionários da Embraer. Veja

Sindicato dos Metalúrgicos afirmou que decisão pela greve tem de ser acatada por todos os trabalhadores da empresa, sem exceção

atualizado

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1 de 1 greve-embraer - Foto: material obtido pelo Metrópoles

Imagens de câmeras de segurança flagraram grevistas agredindo trabalhadores da Embraer que tentavam entrar na empresa, em desacordo com a greve determinada pelo sindicato. A ação ocorreu nessa quarta-feira (25/09/2019), em bloqueio organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos. O vídeo foi disponibilizado pela assessoria de imprensa da empresa. Já a associação acusa a montadora de aviões de infiltrar “provocadores” para desestabilizar a mobilização.

As cenas foram registradas por volta das 5h45 da quarta. Os trabalhadores da produção, que decidiram em assembleia dar continuidade à greve, tentavam impedir funcionários do setor administrativo, que eram contrários, de entrar na empresa. As imagens, em determinados momentos, mostram organizadores do piquete dando chutes e empurrões em pessoas que tentam entrar no complexo empresarial.

Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos afirmou que decisão pela greve tem de ser acatada por todos os trabalhadores da empresa. “Não se trata de decisões individuais somadas, mas de uma decisão coletiva, que vincula a minoria a acatar a decisão da maioria”, explica a associação.

O sindicato argumenta que a Organização Internacional do Trabalho (OIT), braço das Nações Unidas (ONU), autoriza o piquete como forma de dissuasão de fura-greves. A ação consiste no bloqueio, por um grupo de trabalhadores em greve, dos acessos. O objetivo é convencer os não grevistas a aderirem à greve.

“Investir contra um piquete é uma forma de provocação”, complementa a associação. Em seguida, o Sindicato acusa a Embraer de ter infiltrado “provocadores” para tentar “desestabilizar a greve”. Ao Metrópoles, o diretor do sindicato, Herbert Claros, admite que os chutes não fazem parte, legalmente, do piquete.

Ontem, após a suspensão da greve, a associação afirmou que “homens da Polícia Militar e da Tropa de Choque fizeram um corredor polonês para que, intimidados, os trabalhadores entrassem na fábrica”. Imagens também mostram dirigentes sindicais sendo mobilizados com cassetetes pela PM (veja o vídeo).

Em nota, a PM afirmou que tentou mediar a condição e liberar a passagem dos trabalhadores do setor administrativo, que estavam dispostos a entrar. “Buscando a preservação dos direitos de ambas as partes, iniciou-se a negociação com os manifestantes, porém, não alcançando êxito foi necessária a intervenção policial para preservação da ordem pública”, prossegue.

Um trabalhador foi detido por desobediência e resistência, de acordo com a Polícia Militar. O Sindicato afirma que o preso é Alex da Silva, que fez resistência no local, mas nega indiciamento. A ocorrência está sendo apresentada na Delegacia da Polícia Federal de São José dos Campos.

A Embraer informou que a decisão de suspender a greve ocorreu após funcionários entrarem normalmente para o trabalho, não aderindo às manifestações. A empresa disse que a adesão foi “livre”. “A Polícia Militar estava na portaria para auxiliar os empregados que queriam exercer o direito constitucional de ir e vir e estavam sendo bloqueados pelos sindicalistas”, informou.

Os metalúrgicos entraram em greve nessa terça-feira (24/09/2019). Os trabalhadores reivindicam aumento real de salário de 6,37% e preservação de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva da categoria. O aviso de greve foi protocolado na Federação das Indústrias do Estado de são Paulo (Fiesp). A greve foi suspensa, por tempo indeterminado, nessa quarta.

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