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Embraer: greve é suspensa e sindicato acusa “repressão policial”

Metalúrgicos entraram em greve nessa terça-feira (24/09/2019) por aumento real de salário de 6,37%

atualizado

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1 de 1 embraer-greve-parte-dois - Foto: sindicato dos metalúrgicos/ divulgação

Trabalhadores da Embraer, em São José dos Campos, suspenderam a greve por reajuste salarial nesta terça-feira (25/09/2019). O Sindicato dos Metalúrgicos afirma que a suspensão foi realizada em razão da repressão policial que se formou em frente à fábrica. A empresa diz que os funcionários decidiram entrar na fábrica “livremente”, contrariando o sindicato.

Os metalúrgicos entraram em greve nessa terça-feira (24/09/2019). Os trabalhadores reivindicam aumento real de salário de 6,37% e preservação de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva da categoria. O aviso de greve foi protocolado na última sexta-feira (20/09/2019), na Federação das Indústrias do Estado de são Paulo (Fiesp).

No início da manhã desta quarta, os trabalhadores da produção haviam decidido em assembleia dar continuidade à greve. O cenário mudou, entretanto, com a chegada dos funcionários do setor administrativo, que não aderiram à manifestação organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos.

De acordo com a associação, “homens da Polícia Militar e da Tropa de Choque fizeram um corredor polonês para que, intimidados, os trabalhadores entrassem na fábrica”. Imagens mostram Alex da Silva Gomes e Herbert Claros, dirigentes sindicais que estavam em frente ao portão principal da Embraer, sendo mobilizados com cassetetes pela PM.

Em nota, a PM afirmou que tentou mediar a condição e liberar a passagem dos trabalhadores do setor administrativo, que estavam dispostos a entrar. “Buscando a preservação dos direitos de ambas as partes, iniciou-se a negociação com os manifestantes, porém, não alcançando êxito foi necessária a intervenção policial para preservação da ordem pública”, prossegue.

Um trabalhador foi detido por desobediência e resistência, de acordo com a Polícia Militar. O Sindicato afirma que o preso é Alex da Silva, que fez resistência no local, mas nega indiciamento. A ocorrência está sendo apresentada na Delegacia da Polícia Federal de São José dos Campos.

A Embraer garante que a unidade, onde houve a paralisação, opera com 100% da força de trabalho. A negociação segue em andamento entre sindicatos, ainda no âmbito da Fiesp. “Infelizmente, o sindicato impediu o acesso de 20% dos empregados ontem”, diz.

“A truculência da PM a mando da empresa é um crime contra o direito à livre organização sindical e ao direito constitucional de greve. A paralisação foi suspensa, mas a luta dos trabalhadores continua e a greve pode voltar a qualquer momento”, afirma o diretor do Sindicato, Herbert Claros.

Entenda
Metalúrgicos da Embraer, em São José dos Campos (SP), entraram em greve nessa terça-feira (24/09/2019). Os trabalhadores reivindicam aumento real de salário e preservação de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva da categoria. Esta é a primeira paralisação na fábrica em cinco anos.

A greve tinha caráter por tempo indeterminado e foi aprovada em assembleias convocadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos. Os salários dos trabalhadores da Embraer estão há quatro anos sem aumento real, de acordo com os organizadores. A reivindicação é de 6,37% de reajuste e renovação da Convenção Coletiva na íntegra.

A Embraer lamentou a greve organizada pelo Sindicato, pois “visa cercear o direito constitucional de ir e vir dos empregados”. A empresa garantiu que todas as áreas produtivas e administrativas da unidade estão operando com cerca de 80% das equipes.

Os trabalhadores rejeitam a proposta patronal de aplicar apenas a inflação do período (3,28%) aos salários, acabar com a estabilidade para lesionados e liberar a terceirização irrestrita na fábrica. A cláusula da Convenção Coletiva que garante estabilidade para lesionados foi conquistada pela categoria metalúrgica na década de 1970.

O aviso de greve foi protocolado na última sexta-feira (20/09/2019), na Federação das Indústrias do Estado de são Paulo (Fiesp). A entidade representa o setor aeronáutico nas negociações com o Sindicato durante a Campanha Salarial.

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