metropoles.com

Frederick Wassef é investigado pelo MP por corrupção e lavagem de dinheiro

Frederick Wassef e o escritório Wassef & Sonnenburg Sociedade de Advogados são alvos de inquérito do MPRJ

atualizado

Compartilhar notícia

TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Advogado pessoal do presidente Bolsonaro, Frederick Wassef durante evento palacio
1 de 1 Advogado pessoal do presidente Bolsonaro, Frederick Wassef durante evento palacio - Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O escritório Wassef & Sonnenburg Sociedade de Advogados, do jurista, também é alvo do processo.

A informação consta em um relatório do Conselho do Controle de Atividades Financeiras (Coaf), obtido pelo jornal O Globo. No documento, o órgão descreve que “Wassef & Sonnenburg Sociedade de Advogados e Frederick Wassef são alvos de procedimento de investigação criminal por suspeita de peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa”. Maria Cristina Boner Leo e Bruna Boner Leo Silva também são investigadas.

O procedimento não tem relação com o caso das rachadinhas do MPRJ, no qual Wassef defendia o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) até a prisão de Fabrício Queiroz, além de ter abrigado o ex-assessor enquanto ele era procurado. 

No relatório, o Coaf cita pagamentos ao escritório e ao advogado. As duas contas da Wassef & Sonnenburg Sociedade de Advogados receberam créditos que totalizam mais de R$ 20 milhões, entre 2015 e 2020

“A movimentação a crédito totalizou R$ 20.296.726,00 composta principalmente por teds, docs, transferências, depósitos em cheque, com destaque para a JBS S.A que, segundo informações, teria contratado o escritório para fazer a defesa de seu diretor jurídico e dos proprietários Joesley e Wesley Batista junto ao Supremo Tribunal Federal após o envolvimento da empresa na Operação Lava Jato“, descreveu, o texto. O pagamento de R$ 9 milhões da JBS foi revelado na semana passada pela revista Crusoé.

Há nas contas da empresa o registro de pagamento de R$ 1,04 milhão da empresa Globalweb e outro para a empresa Maisdoisx Tecnologia em Dobro, no total de R$ 1,070 milhão.

Também é apontado que o escritório chegou a receber R$ 2,1 milhões pela Computsoftware Informática, empresa que vendeu uma Land Rover preta modelo 2009/2010 para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2015 e que tinha Maria Cristina Boner  como proprietária até pouco tempo.

No texto, a Wassef & Sonnenburg Sociedade de Advogados foi apontada como objeto de “comunicações de operações suspeitas motivadas principalmente por resistência ao fornecimento de informações acerca das movimentações havidas na conta da empresa consideradas incompatíveis com a atividade”.

0

Defesa

Em nota à reportagem, a Globalweb disse que irá encaminhar requerimentos a todos os órgãos de controle para tomar conhecimento acerca de eventuais investigações em nome dos sócios e/ou das empresas. “Caso exista algum procedimento, a companhia apresentará sua defesa e vai provar que não há qualquer ilicitude nas transações efetuadas. Em relação ao referido advogado, ele atuou para a companhia há cinco anos”, informou.

Frederick Wassef defendeu que há uma perseguição dos órgãos públicos com o intuito de atacar a família Bolsonaro. Ele também argumentou que a JBS foi cliente do escritório durante inquéritos policiais.

As investigadas Maria Cristina Boner e Bruna Boner Leo Silva optaram por não se pronunciar.

Compartilhar notícia