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Em live, Bolsonaro insinua que Mandetta comprou respiradores superfaturados

Demissão do ex-ministro da Saúde ocorreu após médico divergir de opiniões do presidente sobre isolamento e hidroxicloroquina

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Bolsonaro e Mandetta
1 de 1 Bolsonaro e Mandetta - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insinuou nesta quinta-feira (3/9) que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta incentivou a compra de respiradores superfaturados durante a pandemia do coronavírus.

A declaração foi feita durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, na qual o presidente chamou o ex-ministro de “marqueteiro da Globo”.

“O que que o marqueteiro falava para vocês? ‘Fica em casa. Quando faltar ar você vai para o hospital’. Para que? Para ser entubado. Para ser entubado precisa de respirador. ‘Então vamos comprar rapidinho respirador. Custa R$ 30 mil? Vamos pagar R$ 200 mil’. Bem, vocês estão sabendo o que está acontecendo aí, não é isso?”, indagou Bolsonaro ao ministro da Justiça, André Mendonça, que não comentou o assunto.

Mandetta foi demitido por Bolsonaro em abril, após o então ministro divergir publicamente, por diversas vezes, do presidente no que dizia respeito ao isolamento social e ao uso da hidroxicloroquina como remédio contra a Covid-19.

Enquanto o médico recomendava para que a população ficasse em casa para se proteger e achatar a curva de contaminação, Bolsonaro pregava “a volta à normalidade”.

O presidente também defende o uso da cloroquina, remédio que não tem comprovação científica comprovada contra a doença. Mandetta era contra.

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Reforma administrativa

Na transmissão ao vivo desta quinta, o presidente também justificou o envio da reforma administrativa do governo ao Congresso Nacional. Segundo ele, “a conta [do serviço público] é alta para pagar”.

“O quadro de servidores encheu muito no Brasil. Alguns prefeitos no passado mais que dobravam o efetivo de servidores e a conta é alta para pagar. O que mais pesa para nós é a Previdência e servidor, aí incluindo o servidor civil e os militares da União. É enorme [o gasto]”, disse.

Na live, o presidente ressaltou que o texto não se aplica aos atuais servidores, mas apenas aos futuros, e que caberá aos parlamentares analisar a proposta.

“Não se aplica aos atuais servidores. Ponto final. É daqui pra frente. E não vou entrar em detalhes. O Congresso vai analisar, vai alterar, vai estender para os outros Poderes, talvez. Na parte do Executivo, está sendo feita a reforma administrativa”, declarou.

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