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Em crise com o PSL, Frota “cai” da coordenação na reforma tributária

“Causaria ciúmes nos outros deputados”, diz Delegado Waldir, líder do partido na Câmara, sobre manutenção do colega no comando da bancada

atualizado

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Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Rogério Marinho, Alexandre Frota, Paulo Guedes
1 de 1 Rogério Marinho, Alexandre Frota, Paulo Guedes - Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Em meio a desentendimentos entre deputados do PSL, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), tenta minimizar danos e evitar ainda mais polêmicas atreladas à sigla do presidente da República, Jair Bolsonaro. Como parte desse esforço, Waldir afirmou que um dos pivôs das disputas internas na legenda, Alexandre Frota (SP), não será o coordenador da bancada na reforma tributária, próxima batalha do governo no Congresso.

“Eu vejo que ele teve muito protagonismo na Previdência, mas agora seria a vez de outro deputado ocupar esse lugar. Frota não foi pré-indicado, ele pediu para ocupar o cargo. Mas infelizmente isso gerou muito ciúmes entre os outros parlamentares”, explicou Waldir.

O líder do PSL afirmou, contudo, que a briga será resolvida “na base do diálogo”. “Temos que respeitar as opiniões divergentes. Retomando os trabalhos neste segundo semestre acredito que conseguirei resolver tudo isso na base do diálogo. Os nervos estavam aflorados durante o recesso”, ponderou.

Ao Metrópoles, Frota afirmou ter sido convidado pelo presidente do partido, Luciano Bivar (PE), para seguir na coordenação da bancada na comissão da reforma tributária, que avançará na tramitação na Câmara assim que a da Previdência for encaminhada ao Senado Federal.

Frota foi o coordenador de bancada do PSL na Comissão Especial da Reforma da Previdência na Casa, principal pauta do governo Bolsonaro neste ano. Devido à aproximação dele ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o deputado ganhou protagonismo durante a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 6/2019.

Tem feito, todavia, duras críticas à atuação e a declarações do presidente da República. Isso também teria causado mal-estar entre os colegas da sigla.

Entretanto, questionado pelo Metrópoles, Bivar negou que tenha feito o convite e disse que quem definiria o nome, junto com ele, seria Waldir: “Deveria ser mais um tributarista. [O nome] ainda não está definido”. O líder do PSL, por sua vez, ressaltou o bom trabalho de Frota no comando da bancada, mas afirmou que o momento seria de um novo ocupante no posto.

Pedido de expulsão
A confusão entre Frota e correligionários foi a público depois que alguns congressistas como Carla Zambelli (SP) e o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), afirmaram que preparariam um ofício para pedir a expulsão do deputado da sigla.

De acordo com Waldir, o principal motivo para a briga entre os correligionários seria uma rixa interna entre Frota e um dos filhos do presidente, Eduardo Bolsonaro (SP), dentro do diretório do PSL no estado – além da postura divergente do deputado em relação a posições do governo de Jair Bolsonaro.

Ao Metrópoles, Frota disse que está “tranquilo” e que “não vai se manifestar contra eles”. O deputado contou estar feliz no partido e ressaltou que “só deve satisfações ao Bivar e ao vice-presidente da sigla, Antônio Rueda”. “O que eles decidirem está decidido. Não se pode discordar de nada que querem nos transformar em caça.”

Um dos ofícios já está sendo preparado pela equipe jurídica de Carla e deve ser encaminhado ao diretório nacional da sigla para análise. Bivar, contudo, não soube afirmar quanto tempo duraria a apreciação do documento, mas afirmou que ainda seria analisado pela parte jurídica da legenda.

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