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Em carta, Lula diz que continua desafiando a Lava Jato

“Estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica quando é injustiçado”, escreveu o ex-presidente, preso na PF em Curitiba

atualizado

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Lalo de Almeida/The New York Times/estadão
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1 de 1 lula - Foto: Lalo de Almeida/The New York Times/estadão

Em sua primeira manifestação desde que foi preso para início de cumprimento da pena de 12 anos e 1 mês no caso do triplex, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garante continuar desafiando a Operação Lava Jato a fim de provar sua inocência. Em carta divulgada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e lida no acampamento montado no entorno da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está detido há 10 dias, o petista afirma que está “tranquilo, mas indignado”.

Como todo inocente fica indignado quando é injustiçado

Luiz Inácio Lula da Silva

A “Carta do presidente Lula ao acampamento Lula Livre em Curitiba” foi tornada pública pelo PT e pela presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) – que, no início da noite desta segunda-feira (16/4), leu o documento aos apoiadores acampados em vigília nas ruas do entorno da PF curitibana desde o último dia 7.

“Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi”, registrou Lula. A carta teria sido ditada pelo petista e escrita por um advogado. “Continuo acreditando na Justiça e, por isso, estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado.”

O documento foi lido pela presidente do partido, que tenta visitar Lula no cárcere. “Eu tenho me comunicado com o presidente de forma escrita através dos advogados, pois não consegui visitá-lo”, disse Gleisi.

Segundo Hoffmann, a carta foi escrita a pedido de Lula e entregue via advogados a ela, para ser lida no acampamento. Lula ainda teria escrito: “Eu ouvi o que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade”. E prossegue: “Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena. Na hora em que ficar definido que quem cometeu crime seja punido. E que quem não cometeu seja absolvido”.

Leia, na íntegra, a carta do ex-presidente Lula
Eu ouvi o que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena. Na hora em que ficar definido que quem cometeu crime seja punido. E que quem não cometeu seja absolvido. Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi. Continuo acreditando na Justiça e, por isso, estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado.

Grande abraço e muito obrigado,

Luiz Inácio Lula da Silva

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