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Eleições escancaram racha no DEM, mas partido tenta manter Maia e Mandetta

Correligionários, em reserva, confirmam que o clima nas hostes do DEM ainda “está ruim” entre Maia, ACM Neto e parte da bancada federal

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta
1 de 1 Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Passada a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, o clima de tensão no DEM ainda não arrefeceu. A reação do ex-ministro Luís Henrique Mandetta (DEM-MS) – endossada pelo ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) – à entrevista do presidente nacional do partido, ACM Neto, à Folha de S. Paulo, nesta quinta-feira (4/2), colocou um pouco mais de gasolina na fogueira do ex-PFL.

Neto disse que o DEM não estaria “com extremos” em 2022, mas não descartou uma aliança com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), constantemente criticado por seus arroubos autoritários. Mandetta, então, ironizou o comandante da legenda.

“Ele não descarta nada, tudo pode ser. É tipo maria-mole, que vai pra um lado, vai pra outro”, afirmou. Maia republicou a resposta de Mandetta nas redes sociais.

Correligionários, em reserva, confirmam, ao Metrópoles, que o clima nas hostes do DEM ainda “está ruim” entre Maia, Neto e parte da bancada. O ex-presidente da Câmara chegou a dizer ao presidente do partido que o DEM se tornaria conhecido como o “partido da boquinha” por supostamente estar trocando apoio por cargos no governo.

A bancada do DEM ficou incomodada com Maia pela forma com que ele conduziu o apoio a Baleia Rossi, do MDB, sem ser consultada. O ex-presidente da Câmara, por sua vez, se sentiu abandonado por Neto e colegas do partido. Um dia antes da eleição, o partido deixou o bloco de Rossi e declarou neutralidade, mas ao menos 22 deputados dos 31 da bancada federal votaram em Lira.

No auge da tensão, Maia aventou a aliados a possibilidade de deixar o partido após a eleição da Mesa. Alguns interpretaram como apenas um desabafo, outros levaram a sério.

Há, todavia, uma intenção de parte da bancada de apaziguar os ânimos e manter Maia e aliados na legenda. Isso incluiria Mandetta e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM-RJ), entre outros do grupo do ex-presidente da Câmara.

“Acredito que é uma coisa de momento. Até porque Rodrigo Maia há muitos anos é do DEM, e não acredito que ele vá sair. Tenho impressão de que é uma coisa passageira, não acredito que seja algo mais profundo”, disse a senadora Maria do Carmo (DEM-SE).

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