metropoles.com

Cúpula da CPI terá nova reunião com juristas para discutir relatório

O grupo técnico divulgou relatório de 226 páginas em que sugere o impeachment do presidente Jair Bolsonaro

atualizado

Compartilhar notícia

Pedro França/Agência Senado
Omar Aziz-Renan Calheiros_CPI da Covid-19
1 de 1 Omar Aziz-Renan Calheiros_CPI da Covid-19 - Foto: Pedro França/Agência Senado

A cúpula da CPI da Covid-19 tem novo encontro marcado com juristas para discutir aspectos técnicos do relatório final da comissão. Senadores do chamado G7 se reunirão, nesta quarta-feira (15/9), com especialistas por meio de videoconferência.

A informação foi confirmada pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) a jornalistas. “Hoje a noite mesmo nós temos uma reunião pra tratar sobre esses últimos dias de CPI”, disse.

Aziz afirmou que, em um primeiro contato com os técnicos, a comissão foi capaz de identificar crimes cometidos por membros do governo federal na gestão da pandemia da Covid-19. O senador destacou, por exemplo, a atuação do Ministério da Saúde no estado do Amazonas, durante a crise do colapso sanitário.

“Eu vi hoje o jurista Reale Júnior falando uma coisa que eu falei logo no início do a CPI, que o meu estado, o estado do Amazonas, foi usado como cobaia. Ele reafirma isso hoje”, explica, referindo-se ao TrateCov — aplicativo lançado pelo governo federal e que receitava medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus até para bebês.

O presidente defende que o encontro servirá para esclarecer quais crimes foram cometidos durante a gerência da crise sanitária e quais atores poderão ser responsabilizados.

“Tem outras questões que é importante ser explicado juridicamente. Essa reunião é para que se explique aquilo que é correto pra que a gente não force uma situação em que não existe situação e sim seja correto no no relatório final”, completou.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), espera concluir o texto do relatório até 24 de setembro. A expectativa é de que o documento seja votado e aprovado pela comissão em 29 de setembro, encerrando os trabalhos do colegiado.

Parecer técnico

O encontro desta tarde servirá para detalhar o relatório apresentado pelo grupo de juristas que assessoram a comissão e que aponta uma série de crimes de responsabilidade supostamente cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No texto, eles sugerem o impeachment do mandatário.

O relatório, recebido pelos parlamentares e tornado público nesta terça-feira (14/9), afirma que Bolsonaro cometeu ao menos 10 crimes, tais quais crimes de responsabilidade, de saúde pública, contra a administração pública, contra a paz pública e contra a humanidade. Além disso, citam o incentivo à imunidade de rebanho; a recomendação de uso de remédios sem eficácia contra a Covid-19, como a cloroquina; a demora na aquisição de vacinas; e o caso Covaxin — suposta negociação superfaturada da vacina indiana contra a Covid-19.

O desrespeito às restrições de controle da pandemia foi enumerado como infração de medidas sanitárias preventivas, charlatanismo, incitação ao crime e prevaricação. Há, para o grupo, elementos suficientes para um pedido de impedimento do presidente. Faltam ainda algumas investigações que precisam ser aprofundadas e o relatório final será encaminhado para os órgãos competentes.

O jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Junior (foto em destaque) coordenou os trabalhos do parecer técnico. Ele também participou do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2015.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?