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Imunidade de rebanho nunca foi uma estratégia, diz Osmar Terra

Deputado é apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento de Jair Bolsonaro e fez previsões erradas sobre a pandemia

atualizado

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Divulgação/Senado Federal
Osmar Terra depõe à CPI
1 de 1 Osmar Terra depõe à CPI - Foto: Divulgação/Senado Federal

Senadores abrem sessão da CPI da Covid nesta terça-feira (22/6) para ouvir o depoimento do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). O parlamentar é apontado como integrante do chamado “gabinete paralelo”, grupo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Após a abrir a sessão, que teve início às 9h30, os senadores fizeram um minuto de silêncio em respeito aos mais de 500 mil mortos em decorrência da Covid-19.

A pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Terra teve a convocação “trocada” por convite, o que permite a ele recusar-se a comparecer ao Senado.

Assista:

Na apresentação inicial, o deputado lamentou os mortos pela doença até agora e se defendeu das previsões que fez no passado e que não se cumpriram.

“Sei que vão mostrar um monte de vídeos meus falando das previsões. As previsões que fiz foram baseadas nos fatos que existiam na época, em fevereiro, em março [de 2020]”, disse. “A China teve um surto completo, começou, subiu, desceu e terminou; tem 4 mil mortos em um país de 1 bilhão de habitantes. Esses números nos levaram à ideia de que não seria um surto tão forte”, continuou.

Terra, que relativizou os imunizantes em outro momento, defendeu, nesta terça, que “vacina é tudo”. “Se existisse vacina desde o início, ninguém estaria defendendo nada, não existiria essa CPI. “Nenhuma pandemia teve vacina desenvolvida a tempo. Essa é a primeira que levou apenas um ano para ter vacina”.

Ele também negou ter defendido a tese da imunidade de rebanho por exposição ao vírus. “Eu não defendo imunidade de rebanho. É o resultado de todas as pandemias, está em qualquer os livros de epidemiologia”, afirmou.

“Não existe nenhuma proposta aqui de deixar a população se contaminar livremente”, completou.

“Gabinete paralelo”

O deputado deve ser confrontado pelos membros da comissão a respeito da participação no grupo que prestava assessoramento paralelo a Bolsonaro sobre medidas de enfrentamento à pandemia de Covid-19.

Defensor do “tratamento precoce” com remédios sem eficácia comprovada, o deputado será bombardeado pelos senadores devido a previsões erradas acerca da crise sanitária.

Ao longo da pandemia, o parlamentar relativizou a gravidade da doença e os impactos dela no país, colocou em dúvida a eficácia de vacinas e desestimulou a adoção de medidas de prevenção à Covid-19, como o isolamento social.

Requerimentos

Ainda nesta terça, a CPI da Covid dedica parte da sessão para deliberar sobre a aprovação de requerimentos de convocação, quebras de sigilo e de informações. Entre os itens na pauta, está a realização de oitiva secreta com o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel — pedida por ele mesmo, ex-aliado de Bolsonaro afastado do Palácio das Laranjeiras por impeachment.

Há, também, expectativa pela aprovação da convocação do atual governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), e do secretário de Saúde do estado, Alexandre Chieppe. A ida da dupla é resultado de indícios de irregularidades na gestão da pandemia no Rio de Janeiro apontados por Witzel em depoimento ao colegiado ocorrido em 16 de junho.

Na ocasião, o ex-governador insinuou que há em curso no estado um esquema de corrupção entre o governo local e sete organizações para construção, instalação e gerência de hospitais de campanha.

Os senadores também devem aprovar a quebra de sigilo total de 12 empresas ligadas a Carlos Wizard — empresário investigado pela CPI por também integrar o “gabinete paralelo”.

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