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Cotada por Aras, procuradora teria escrito pedido de impeachment de Gilmar

Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, aprovou a parceria dizendo que a ideia era “sensacional”

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Augusto-Aras
1 de 1 Augusto-Aras - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o posto de procurador-geral da República, Augusto Aras manifestou intenção de nomear a procuradora Thaméa Danelon, do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, para chefiar o grupo da força-tarefa da Lava Jato que atua na Procuradoria Geral da República. Em mensagens reveladas nesta segunda-feira (16/09/2019) pelo jornalista Reinaldo Azevedo em parceria com o site The Intercept Brasil, a procuradora informa o coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol, que tinha sido convidada pelo advogado Modesto Carvalhosa para auxiliar a escrever um pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Professor Carvalhosa [Modesto Carvalhosa, advogado] vai arguir o impeachment de Gilmar. Ele pediu para eu minutar para ele”, informa a procuradora a Deltan e acrescenta três emojis de grito de espanto. Dallagnol, na sequência, manifesta apoio à ideia. “Sensacional Tamis! Manda ver”. As mensagens foram trocadas, segundo o jornalista, no dia 3 de maio de 2017, num chat privado no aplicativo Telegram.

Na sequência, Dallagnol dá algumas dicas. “Fala com o pessoal do RJ QUE TEM tudo documentado quanto à atuação do sócio da esposa”. Ela responde informando que já fez isso: “Já estou em contato com El Hage”, responde ela se referindo a Eduardo El Hage, coordenador da força-tarefa no Rio de Janeiro.

Deltan, ao longo da conversa, oferece ajuda a ela. “Se quiser olhamos depois de Vc redigir”, diz ele. Thaméa responde que quer sim, e emenda: “Já estou escrevendo”.

Na sequência, Deltan pondera que é importante que ninguém saiba que eles auxiliaram na redação do pedido. “Vão dizer que é vinganca [sic] pq soltaram Dirceu”, justifica. O coordenador da força-tarefa se referia à soltura do ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu. “Precisa sair da sociedade mesmo”, diz ele.

No dia 2 de maio, a Segunda Turma do STF havia concedido, por três votos a dois, habeas corpus a José Dirceu, que estava em prisão preventiva desde agosto de 2015. Ele havia sido condenado em primeira instância por Sergio Moro, mas seu recurso não havia ainda sido julgado pela 8ª turma do TRF-4, cujo relator é o desembargador João Pedro Gebran Neto. Mendes foi um dos três votos a favor da soltura.

Thaméa, na sequência, promete a ele que não vai deixar ninguém sabendo da sua colaboração com Carvalhosa. “Não falarei para ninguém de vc!!”, disse.

O advogado Modesto Carvalhosa já entrou com dois pedidos de impeachment contra Gilmar Mendes: um em abril de 2018 e outro em março de 2019. Pelas mensagens, não é possível saber se ele usou, em algum momento, o texto redigido por Thaméa Danelon e revisado por Deltan Dallagnol.

Procurados por Reinaldo Azevedo, tanto Thaméa quanto Carvalhosa disseram que não comentariam as mensagens. “A procuradora da República Thaméa Danelon não se manifesta sobre material oriundo de ato criminoso”, destacou o MP. “Não tomo conhecimento de matéria de origem criminosa como é o caso dessas matérias produzidas pelo The Intercept Brasil”, prosseguiu Carvalhosa.

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