Coronavírus: Maia volta a dizer que Guedes errou e demorou a agir
O presidente da Câmara dos Deputados diz que o ministro da Economia tenta responsabilizar o Congresso por estar “tensionado”
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a dizer nesta quarta-feira (1º/04) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer responsabilizar terceiros por “erros grandes” e atrasos do governo no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Segundo Maia, é”óbvio” que Guedes está “tensionado” porque, além de ter “demorado a reagir”, teria minimizado os impactos econômicos do Covid-19 no país.
“Um homem com o talento dele comete um erro tão grande na sua análise inicial da crise e minimiza os impactos na economia. Aí mais uma vez tenta transferir a responsabilidade”, disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O deputado afirmou ainda que a reação do titular da Economia, “após errar na análise”, “faz parte do ser humano”. “Temos que nos colocar na posição do ministro Paulo Guedes. É claro que a prioridade é a área da saúde, mas o segundo grande impacto é na área econômica e social”, ponderou.
O deputado afirmou que isso não o incomoda, porque os parlamentares “têm admiração, carinho e reconhecimento” pelo que o ministro representa no governo federal.
“Governo mentiu”
Na noite de terça (31/03), Maia afirmou que Guedes “mentiu” sobre a liberação dos R$ 600 do coronavoucher à população. Isso porque o ministro disse que só poderia fazer o repasse do benefício emergencial se o Congresso aprovasse uma proposta de emenda à Constituição (PEC).
“Se ele [Maia] encaminhar e aprovar em 24 horas uma PEC emergencial que regularize isso, o dinheiro sai em 24 horas”, pressionou o ministro.
Maia criticou a fala de Guedes: “Só um esclarecimento, sem nenhuma crítica, apesar de que seriam merecidas em relação à fala mais uma vez de Guedes, transferindo a terceiros a responsabilidade dele quando nomeado superministro”.
Até mesmo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reclamou da argumentação da equipe de Guedes. “Paga logo”, cobrou o ministro em uma rede social.