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Contra Bolsonaro, senador do PT elogia Doria na busca por vacinas

“Enquanto ele estava batendo na mesa querendo vacina, o de cá [Jair Bolsonaro] estava oferecendo cloroquina a uma ema”, disse o parlamentar

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Humberto Costa
1 de 1 Humberto Costa - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O senador Humberto Costa (PT-PE) elogiou, nesta quinta-feira (27/5), a postura do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em investir na produção e financiamento de imunizantes contra o novo coronavírus.

A manifestação ocorreu durante oitiva do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Na avaliação do petista, o depoimento de Covas “é demolidor”. “É a prova mais cabal, mais até que o da Pfizer, da omissão, da indiferença, do desinteresse daqueles que fazem esse governo”, disse.

Costa comentou um áudio vazado e divulgado na sessão pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO) em que Doria se mostra revoltado com os atrasos no desenvolvimento do imunizante pelo Instituto Butantan.

Na gravação da conversa entre o tucano e Covas, o governador chega a afirmar que pegaria “o chinês pelo pescoço” e que estava se expondo politicamente na luta pela defesa da imunização. Segundo o diretor do Butantan, o chinês citado por Doria seria o vice-presidente da Sinovac — farmacêutica que desenvolveu a Coronavac.

“Feliz o país que pudesse ter um governador e um presidente da República dando um murro na mesa para conseguir vacina. Essa competição para aparecer politicamente seria ótima para o Brasil. Não vamos criticar o governador de São Paulo, tenho muitas divergências com ele, essas divergências não vão deixar de existir. Mas, enquanto ele estava batendo na mesa querendo vacina, o de cá [Jair Bolsonaro] estava oferecendo cloroquina a uma ema. É uma diferença grande”, afirmou.

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CPI da Covid

Dimas Covas é o décimo depoente do colegiado. Antes dele, a comissão parlamentar ouviu a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.

Os senadores ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.

O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimento.

A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

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