metropoles.com

Com troca, Bolsonaro insiste em abrir “caixa-preta” do BNDES

No dia seguinte à demissão do ex-presidente do banco Joaquim Levy, o economista Gustavo Montezano foi indicado para a vaga

atualizado

Compartilhar notícia

José Dias/PR
13/05/2019 Briefing do Porta-voz da Presidência da República,
1 de 1 13/05/2019 Briefing do Porta-voz da Presidência da República, - Foto: José Dias/PR

Depois que Joaquim Levy — ex-ministro de Dilma Rousseff (PT) — pediu demissão da presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicou que insiste na apuração do destino dos recursos do banco. Com a indicação do então secretário do Ministério da Economia Gustavo Montezano, na noite desta segunda-feira (17/06/2019), a expectativa é de que o banco acelere a devolução de recursos para o Tesouro Nacional e aumente investimentos em infraestrutura e saneamento.

Segundo o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, Bolsonaro quer “abrir a caixa-preta do passado, apontando para onde foram investidos recursos em Cuba e na Venezuela, por exemplo” – tema sobre o qual o presidente insiste desde a campanha eleitoral.

Questionado, Rêgo Barros negou que haja perseguição a pessoas que integraram governos anteriores. “O presidente entende que eventuais pessoas que tenham participado de governos que colocaram o Brasil na situação catastrófica em que se encontra não devem compartir conosco a melhoria do Brasil. É nesse contexto que o presidente trabalha”, disse.

Para chegar ao nome de Gustavo Montezano, Bolsonaro se reuniu nesta segunda-feira com o ministro da Economia, Paulo Guedes, por duas vezes no Palácio do Planalto. “A substituição de um titular de qualquer órgão federal é considerada normal pelo senhor presidente em função do interesse público e da capacidade de colocar os projetos em andamento”, limitou-se a dizer o porta-voz. 

Montezano já fazia parte do governo Bolsonaro, como secretário especial adjunto de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, por indicação do ministro. O economista estava fora do Brasil e voltou ao país para assumir o cargo.

Engenheiro mecânico pelo Instituto Militar de Engenharia e mestre em economia pela Ibmec, ele trabalhava diretamente com Salim Mattar. Aos 38 anos, foi sócio do BTG Pactual e atuava em Londres na ECTP (Ex- BTG Pactual Commodities).

Demissão de Joaquim Levy
Levy pediu demissão do cargo após Bolsonaro afirmar, no último sábado (15/06/2019), que o agora ex-presidente do banco estava com a “cabeça a prêmio”. Por ter sido ministro de Dilma, Guedes relutou em aceitar o nome de Levy para o BNDES, mas acabou cedendo devido à articulação política e à experiência do economista.

O racha entre Bolsonaro e Levy começou quando o chefe do Palácio do Planalto pediu que Levy demitisse o novo diretor de Mercado de Capitais da instituição financeira, Marcos Pinto.

“O Levy nomeou Marcos Pinto para o BNDES, e eu já estou por aqui com o Levy. Falei pra ele: ‘Demite esse cara ou eu demito você segunda, sem falar com o Guedes’”, contou. Pinto trabalhou como assessor do banco no governo PT.

No último domingo (16/06/2019), Levy divulgou uma carta pedindo desligamento do banco. “Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, meu desligamento do BNDES. Minha expectativa é que ele aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao país e desejo sucesso nas reformas”, escreveu.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?