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Cabo Daciolo se diz candidato e esnoba Lula e Bolsonaro: “Dois fracos”

Atração nas eleições presidenciais de 2018, com 1,3 milhão de votos, ex-deputado federal diz que ambos “entregam a nação”

atualizado

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Arte: Yanka Romão
Cabo Daciolo e as eleições 2022 Arte: Yanka Romão
1 de 1 Cabo Daciolo e as eleições 2022 Arte: Yanka Romão - Foto: Arte: Yanka Romão

O ex-deputado federal Benevenuto Daciolo, muito mais conhecido como Cabo Daciolo, está sem partido, por enquanto. O ex-bombeiro militar acredita que a experiência e os votos que conseguiu nas eleições presidenciais de 2018 o credenciam para ter voz na corrida do ano que vem. Tanto que já se anuncia como pré-candidato, mesmo sem uma sigla por trás, e ataca os principais líderes das pesquisas.

“São dois fracos”, define Daciolo ao Metrópoles, falando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual presidente, Jair Bolsonaro – que está muito próximo de ir para o Patriota, sigla pela qual o pastor evangélico e ex-deputado federal se candidatou ao Planalto, em 2018.

Da mesma forma que embalou sua ascensão à fama, dentro e fora da internet, em 2018 – com carisma, teorias da conspiração e brados bombásticos, o ex-parlamentar explica a avaliação. Para Daciolo, a polarização entre Bolsonaro e Lula não faz sentido, porque, nas palavras dele, os dois “fazem parte desse grande sistema”.

“Fazem com o que povo fique dividido, e eles estão entregando a nação toda. Esse papo de esquerda e direita é uma grande mentira. Os bancos se beneficiando sempre, povão sofrendo, desemprego, política de privatizações…”, aponta o carioca.

Por isso, acredita que precisa se candidatar ao Planalto mais uma vez – mesmo que os números atuais das pesquisas não sejam suficientes nem sequer para que ele seja citado nas listas sobre o pleito eleitoral de 2022.

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Desempenho em 2018

Nesse contexto, Daciolo reafirma que confia nos próprios índices obtidos em 2018. Ele recebeu apenas 1,26% (1.348.323) dos votos registrados em primeiro turno, mas terminou a corrida na frente de nomes tradicionais da política, como Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos). O político garante que repetirá a dose, e tentará, mais uma vez, em 2022, a cadeira presidencial.

“Sou pré-candidato, sim, à Presidência da República. Estamos trabalhando a questão do partido. Infelizmente, não tem candidatura avulsa. Seria bom que não precisasse de partido para virar candidato”, lamenta.

Atualmente sem partido, o ex-bombeiro contou ao Metrópoles que, em novembro de 2020, sofreu um “boicote” nas eleições municipais. Segundo Daciolo, a intenção dele era se candidatar à Prefeitura do Rio de Janeiro, pelo Partido Liberal (PL), e depois tentar a Presidência.

“Eu me filiei ao PL no início do ano (2020), com o propósito de virar candidato. Porém, por conta da Covid-19, pedi ao partido para não anunciar a minha intenção de concorrer à prefeitura. Queria, de coração, poder mostrar um trabalho verdadeiro e, em 2022, voltar a tentar ser presidente”, disse, na ocasião.

O partido, no entanto, decidiu apoiar Eduardo Paes, então no DEM e agora no PSD, para a prefeitura do Rio. Paes acabou vencendo. “Não sei exatamente os termos da negociação. Então, na verdade, fomos boicotados!”, disse à reportagem, em dezembro de 2020.

Patriota

A única certeza é que Daciolo não se candidatará pelo Patriota, sigla que defendeu em 2018 e da qual saiu em 2019. Exatamente por causa dessa ligação, ele tem uma opinião formada sobre a possibilidade de Jair Bolsonaro entrar na legenda.

“Bolsonaro não tem nada de patriota. Entrega a nossa nação, ou melhor, não atua para libertar nossa colônia e transformá-la em uma verdadeira nação. Eu acredito nessa libertação e na dignidade do povo brasileiro”, discursa.

No dia 31 de maio, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente, filiou-se ao Patriota. Um dia depois, o presidente da sigla, Adilson Barroso, foi até o Palácio da Planalto convidar formalmente o presidente Jair Bolsonaro para se juntar a eles. Bolsonaro está sem partido há mais de um ano.

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