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Brasil teve mais mortes que 158 países monitorados pela OMS, diz relatório da CPI

“Erro de estratégia causou mais mortes no Brasil”, vaticina o texto do relator da comissão, senador Renan Calheiros

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
Cemitério do Caju, no Rio
1 de 1 Cemitério do Caju, no Rio - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

A minuta do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid indica que “erro de estratégia” elevou bruscamente o número de mortes causadas pela enfermidade no Brasil.

O documento afirma que, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) recebido pela CPI, o Brasil registrou, em 2020, em proporção de sua população total, mais mortes por Covid-19 do que 89,3% dos demais 178 países com dados compilados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Quando a comparação é feita levando em conta os óbitos por faixa etária e sexo da população de cada país, o resultado brasileiro se torna pior que os de 94,9% das mesmas 178 nações.

“Erro de estratégia causou mais mortes no Brasil”, vaticina o texto. O documento é assinado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Desde o início da campanha de imunização contra o coronavírus, em 17 de janeiro, o Ministério da Saúde distribuiu 310,4 milhões de unidades da vacina. Desse total, 260,3 milhões foram aplicadas entre primeira, segunda e única dose.

Ao todo, o país registrou 21,7 milhões de adoecimentos por Covid-19, sendo que 603 mil pessoas morreram após complicações causadas pela doença.

Veja a íntegra do relatório:

Relatório final da CPI da Covid-19 by Metropoles on Scribd

Na CPI

A CPI foi criada para apurar a atuação do governo federal no combate à pandemia no Brasil.

Renan Calheiros lerá o parecer sobre o que foi apurado na sessão desta quarta-feira (20/10). A votação será na próxima terça-feira (26/10). Nesta terça-feira (19/10), ocorreu o último depoimento aos senadores.

O relatório tem 72 pedidos de indiciamentos. Entre os nomes estão o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seus filhos Carlos (Republicanos-RJ), Flávio (Patriota-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além três ministros e dois ex-ministros.

O documento tem 1.178 páginas. Nele, há também congressistas, empresas e seus dirigentes, médicos, pesquisadores e influenciadores bolsonaristas. Saiba quem deve ser indiciado pela comissão.

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