Bolsonaro volta a atacar Barroso e Moraes: “Quem pensam que são?”
Presidente questionou decisões tomadas pelos dois ministros no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez, nesta quarta-feira (12/1), novas críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes (foto em destaque) por decisões tomadas no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Barroso é o atual presidente da Corte eleitoral, enquanto Moraes vai chefiar o órgão nas eleições de 2022.
“Quem é que esses dois pensam que são? Quem eles pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas como essas, ameaçando, cassando nossas liberdades democráticas e liberdade de expressão, porque não eles querem assim, porque eles têm um candidato. Os dois, nós sabemos, são defensores do Lula, pô. Querem o Lula presidente”, afirmou Bolsonaro em entrevista concedida na manhã desta quarta à Gazeta Brasil.
Bolsonaro criticou Barroso devido ao pronunciamento do magistrado sobre o surgimento de milícias no meio virtual e “terroristas verbais” que atacam a democracia. “De terrorismo ele entende, ele defendeu o terrorista Cesare Battisti”, rebateu Bolsonaro, em alusão ao italiano extraditado pelo Brasil em 2018, após acusação de terrorismo.

Daniel Ferreira/Metrópoles

A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro Getty Images

No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo Reprodução

O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF HUGO BARRETO/ Metrópoles

“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão Fábio Vieira

Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente Aline Massuca

Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados Daniel Ferreira/Metrópoles

O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids Micheal Melo/ Metrópoles

O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois Marcelo Camargo/ Metrópoles

“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente Rafaela Felicciano/Metrópoles
Na sequência, Bolsonaro negou ter cometido crimes digitais. “Qual o crime eu cometi, senhor Luís Roberto Barroso? Que crime eu cometi? Quais as fake news que eu pratiquei? Falam que tem um gabinete do ódio. Me apresente uma matéria que seria do gabinete do ódio”, pediu.
Sobre Moraes, Bolsonaro reclamou de declarações dele sobre a propagação de fake news e o disparo de mensagens em massa nas eleições de 2018 por ocasião do julgamento da chapa Bolsonaro-Mourão. Ele também criticou a cassação do deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR) por fake news. “Isso é jogar fora das quatro linhas”, considerou.
Em 2021, Bolsonaro subiu o tom nas críticas a ministros do STF, o que levou a uma escalada na crise institucional em atos antidemocráticos de 7 de setembro. “A minha crítica não é ao Supremo Tribunal Federal. Eu critico pontualmente as pessoas”, disse o mandatário nesta quarta-feira.

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, trancou ação penal de homem que furtou R$ 75 em supermercado de João Pessoa para alimentar seus filhos. O acusado não tinha antecedentes Nelson Jr./STF

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Igo Estrela/Metrópoles

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes Daniel Ferreira/Metrópoles

Alexandre de Moraes toma posse no Supremo Tribunal Federal Daniel Ferreira/Metrópoles