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Bolsonaro rebate ex-ministro Moro: “Palhaço, mentiroso e sem caráter”

Mais cedo, nesta quinta, ex-ministro da Justiça disse que presidente comemorou ao saber que Lula havia sido solto, em 2019

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Bolsonaro e Moro
1 de 1 Bolsonaro e Moro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu uma declaração feita pelo ex-ministro do governo Sergio Moro (Podemos) nesta quinta-feira (2/12), na qual disse que o chefe do Executivo federal comemorou ao saber que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi solto, em 2019.

“Um assunto que eu não queria tocar aqui porque mexe com ex-ministro, mas esse cara está mentindo descaradamente. E o cara quer ser candidato. É um direito dele. E em vez de ele mostrar o que ele fez [durante o governo], ele fica só apontando dedo para os outros e mentindo. É o caso do Sergio Moro aqui”, disse Bolsonaro, durante sua transmissão ao vivo nas redes sociais.

“A última notícia dele é: ‘Bolsonaro comemorou quando Lula foi solto, diz Moro’. E no vídeo ele fala ‘ouvi dizer’. É um papel de palhaço, um cara sem caráter. Está se comportando como jornalista da Folha de S.Paulo ou do Antagonista. Aprendeu rápido, hein, Sergio Moro? Aprendeu rápido com a velha política. Pelo amor de Deus, cara. Falta de caráter. Saiu pelo governo pelas portas dos fundos, traindo a gente…”, prosseguiu.

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Bolsonaro x Moro

Em novembro de 2018, Sergio Moro aceitou o convite de Bolsonaro, que tinha acabado de ser eleito presidente do Brasil, para ser ministro. Para isso, abandonou a magistratura, após 22 anos de carreira, para assumir o posto no primeiro escalão do governo e, consequentemente, deixou o comando da Operação Lava Jato no Paraná.

Quando solicitou a exoneração do cargo no Ministério da Justiça, em 24 abril do ano passado, Moro acusou o presidente de interferir na Polícia Federal. A denúncia resultou na abertura de um inquérito, no Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar o caso.

A demissão do ex-ministro foi motivada pela exoneração de Maurício Valeixo, então diretor-geral da PF. Valeixo era homem de confiança de Moro e chegou à direção da PF pelo próprio ministro. Quando o presidente pediu a troca na diretoria, o então ministro tentou intervir, mas, sem sucesso, acabou pedindo demissão.

Falta de interlocução

No início de novembro, o presidente Jair Bolsonaro depôs à Polícia Federal no inquérito que apura suposta interferência na corporação por parte do chefe do Executivo. O objetivo da ação do mandatário, segundo Sergio Moro, seria beneficiar, em eventuais investigações, aliados e familiares próximos.

No depoimento, Bolsonaro disse que a troca na diretoria-geral da PF ocorreu por “falta de interlocução”. Como provas da denúncia, a defesa de Sergio Moro apresenta diálogos entre o ex-juiz e o presidente em um aplicativo de mensagens, e a reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

No encontro com ministros, Bolsonaro reclamou que já teria tentado mexer na segurança e não conseguiu. A fala foi gravada e sua divulgação posteriormente foi liberada pelo STF.

“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto-final. Não estamos aqui para brincadeira”, disse o presidente, na ocasião.

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