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Bolsonaro fala em “enterrar” inquérito do STF e acabar com “farsa” de Moro

Presidente quer depor por escrito sobre suposta interferência na Polícia Federal. STF irá decidir próximos passos do inquérito

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro chega ao Palácio da Alvorada após retornar de viagem da Paraíba. Na entrada conversa com um padre e seis apoiadores
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro chega ao Palácio da Alvorada após retornar de viagem da Paraíba. Na entrada conversa com um padre e seis apoiadores - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (17/9) que quer “enterrar” o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura se chefe do Executivo federal tentou interferir na Polícia Federal.

A investigação foi aberta em maio e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Bolsonaro é investigado e nega interferência na PF.

Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente disse também que, junto ao “enterro” do inquérito, quer acabar com a “farsa” do ex-ministro.

“O Supremo vai decidir, eu não sei quando. Está na mão agora do ministro [Luiz] Fux [presidente da Corte] pautar isso daqui. Se Deus quiser a gente enterra logo esse processo aí e acaba com essa farsa desse ex ministro da Justiça de me acusar de forma leviana”, disse o presidente.

Nesta quinta, o ministro Marco Aurélio Mello atendeu a um recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) para que Bolsonaro possa depor por escrito na investigação. Na semana anterior, o relator do inquérito, ministro Celso de Mello, havia rejeitado essa possibilidade.

Na decisão, Marco Aurélio também decidiu que caberá ao plenário do STF definir se Bolsonaro pode enviar depoimento por escrito ou, se preferir, escolher o melhor dia para ser ouvido.

“Entrei com recurso, no dia de ontem [quarta], por volta das 22h. Como o ministro Celso de Mello tá de licença, o ministro Marco Aurélio deu uma liminar suspendendo tudo nesse inquérito até que o meu pedido de ser ouvido por escrito, como já aconteceu no passado com presidentes que me antecederam, valesse para mim também. Então tem que valer para todo mundo”, disse o presidente.

Na semana passada, ao determinar que Bolsonaro realizasse o depoimento de forma presencial, Celso de Mello argumentou que, no âmbito do inquérito, o presidente está na condição de investigação e não de testemunha.

O depoimento presencial só é permitido aos chefes dos Três Poderes da República que figurem como testemunhas ou vítimas, não, porém, quando ostentem a condição de investigados ou de réus.

Presença de Moro no depoimento

Na decisão de semana passada, Celso de Mello também permitiu que a defesa de Moro possa acompanhar o interrogatório e até fazer perguntas a Bolsonaro.

Na transmissão desta quinta, o presidente disse que o ex-ministro “não tem que perguntar nada” à ele.

“Agora, o inquérito continua e o ministro relator Celso de Mello queria que eu depusesse de forma presencial respondendo perguntas para dois advogados do Moro e o próprio Sergio Moro. O Moro não tem que perguntar nada para mim”, declarou.

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