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Bolsonaro diz que Pazuello “foi bem” na CPI e que Renan é um “vexame”

Por dois dias, ex-ministro da Saúde depôs à CPI da Covid, que investiga ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia

atualizado

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Bolsonaro e ministro da Infraestrutura
1 de 1 Bolsonaro e ministro da Infraestrutura - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (20/5) que, pelas informações que recebeu, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello “foi muito bem” durante depoimento à CPI da Covid.

A comissão investiga ações e omissões do governo federal, além de eventuais desvios de recursos por estados e municípios no enfrentamento à pandemia de coronavírus (leia mais abaixo).

“Pelas informações que recebi, o Pazuello foi muito bem. Mas a CPI continua sendo um vexame nacional. Não querem investigar, então, o desvio de recursos. Querem investigar aquele negócio que o pessoal usa pra combater malária”, disse o presidente, durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

Na live, Bolsonaro evitou usar os nomes de remédios como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina – todos sem eficácia comprovada cientificamente contra a Covid-19.

Ele disse que chega a ter vontade de voltar a ser deputado federal para falar o que bem pensa da CPI, mas que “como presidente da República, não pega bem”.

Sem citar o nome do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, o presidente definiu o parlamentar como um “vexame”.

O presidente ainda relacionou a “esquerda” com “vermes” ao dizer que políticos adversários ao governo não poderiam tomar ivermectina pois morreriam. “Por isso que a esquerda não toma. Porque vai matar os vermes que eles são”, declarou.

Pazuello na CPI

No primeiro dia de depoimento, que durou cerca de 6 horas, Pazuello afirmou que faltou oxigênio em Manaus (AM) por apenas 3 dias. O sistema de saúde da capital amazonense colapsou em janeiro deste ano.

O ex-ministro também disse que Bolsonaro “nunca mandou” desfazer negociações com o Instituto Butantan – ligado ao governo de São Paulo, chefiado por João Doria (PSDB) – por doses da vacina Coronavac.

Antes mesmo de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial do imunizante no Brasil, em janeiro deste ano, Bolsonaro questionou a eficácia da Coronavac em diversas ocasiões, por se tratar de uma vacina chinesa.

Em outubro do ano passado, após o Ministério da Saúde anunciar um acordo com o Butantan para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, o presidente suspendeu a aquisição, afirmando que o governo não compraria vacina da China.

Na mesma ocasião, Bolsonaro se referiu à Coronavac como “a vacina chinesa de João Doria” e disse que “o povo brasileiro não será cobaia de ninguém”.

Na quarta-feira, Pazuello ainda afirmou que não sofreu interferências dos filhos do presidente quando estava no comando do Ministério da Saúde e que deixou o governo porque “a missão estava cumprida”.

Nesta quinta, a sessão da CPI durou cerca de 7 horas. Aos senadores, Pazuello afirmou que o governo federal chegou a discutir uma intervenção no Amazonas durante o colapso do sistema de saúde do estado, mas desistiu após uma explicação do governador Wilson Lima (PSC).

“Essa decisão [de intervir] não era minha. Foi levada ao conselho de ministros, o governador se apresentou, se justificou. Desculpa, quero retirar o termo, não é conselho de ministros, é reunião de ministros, com o presidente. O governador se explicou e foi decidido pela não intervenção”, afirmou Pazuello.

“A argumentação, em tese, é que o estado tinha condição de continuar fazendo a resposta. Em tese, mas a argumentação eu não tenho aqui. O resumo é que tinha condição de continuar fazendo frente à missão”, prosseguiu o militar.

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