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Bolsonaro acusa governos anteriores de “uso político” da Amazônia

Presidente reclamou de interesses externos na região e disse que defenderá a soberania nacional. Ele recebe governadores do Norte e Nordeste

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
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1 de 1 Bolsonaro-quebra-queixo - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) subiu o tom contra o que chamou de “uso político” da Amazônia. Nesta terça-feria (27/08/2019), em reunião com governadores da Amazônia Legal, o mandatário do país afirmou que, desde a década de 1990, o índio é usado como “massa de manobra” para impedir o progresso do Brasil.

O chefe do Executivo reclamou da interferência internacional na região. “Internacionalização da Amazônia está em aberto e estamos aqui para defender a nossa soberania nacional. Inviabilizaram o progresso usando o índio como massa de manobra. A região mais rica do Brasil, quem sabe do mundo, está impedida de progredir”, disse a governadores.

Para o titular do Palácio do Planalto, reservas ecológicas atrapalham o agronegócio, o turismo e a extração de minério e de madeira. “Essa questão tem que ser conduzida com racionalidade, não com selvageria como foi nos últimos governos. Temos solução para isso, para o desenvolvimento sustentável. Vamos convocar o parlamento e vamos ver isso aí”, frisou.

Segundo Bolsonaro, a atual crise é resultado das gestões de presidentes anteriores. “A Amazônia foi usada politicamente e agora a febre está pegando mais neste governo”, ponderou. Durante o encontro, o mandatário da República reclamou dos “muitos pedidos” para a ampliação e reconhecimento de reservas ambientais.

Uma crise ambiental internacional começou nos últimos dias. O presidente francês, Emmanuel Macron, após criticar a postura do governo brasileiro ao enfrentar o problema, liderou um movimento internacional do G7, grupo das sete maiores economias do mundo, a fim de oferecer ajuda ao Brasil.

Sem apoio, Macron anunciou doação de R$ 83 milhões para combate ao fogo. Com a troca de insultos entre Bolsonaro e Macron, o recebimento do dinheiro ficou impossibilitado. “Temos um presidente ferindo a soberania nacional. Agradecemos o trabalho do G7, conversei com alguns presidentes para acalmar a situação”, salientou o chefe de Estado brasileiro.

Críticas à imprensa
Bolsonaro reclamou de como a imprensa tem tratado a questão na região amazônica. Nesta terça-feira, ele desaprovou reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Em quase 30 minutos, o veículo mostrou o avanço das queimadas e o desentendimento com o presidente francês. “Fiquei envergonhado de assistir ao Jornal Nacional. Um trabalho de apoio aos interesses internacionais”, criticou.

O titular do Palácio do Planalto ainda enfatizou: “A grande mídia presta um desserviço com essas matérias. A fama que querem passar para o Brasil é a pior possível. Estamos vencendo essa guerra”.

Entenda a crise
A polêmica começou após Bolsonaro desacreditar dados sobre o desmatamento na Amazônia produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O caso terminou na demissão de Ricardo Galvão, ex-presidente do órgão.

As mais recentes pesquisas mostram que o desmatamento aumentou 15% nos últimos 12 meses, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Já as queimadas cresceram 80% em relação a 2018.

Nos últimos dias, o presidente atribuiu a situação à ação de Organizações Não Governamentais (ONGs) que estariam insatisfeitas com cortes de recursos do governo federal. As falas foram alvo de críticas de ambientalistas.

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