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Após live sem provas de fraude, parlamentares criticam Bolsonaro

O presidente disse que apresentaria provas concretas de fraude eleitoral durante live nesta quinta, mas não cumpriu a promessa

atualizado

Igo Estrela/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa após o encontro com presidente do STF Luiz Fux 3

A live do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta quinta-feira (29/7), que tinha a promessa de escancarar provas de fraude eleitoral, rendeu inúmeras críticas de parlamentares nas redes sociais. O chefe de Executivo federal não cumpriu a promessa e acabou apresentando vídeos que não demonstraram qualquer comprovação das acusações.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que integra a CPI da Covid, comentou as declarações de Bolsonaro: “Não sei o que é pior: um presidente tão estúpido que acredita em teorias conspiratórias de WhatsApp ou um tão canalha que inventa as teorias conspiratórias de WhatsApp”.

E acrescentou: “No final das contas dá no mesmo, são ataques diários contra a democracia. É uma doença que vamos curar no voto”.

O senador Humbero Costa (PT-PE), também integrante da CPI da Covid, alertou que o que Bolsonaro faz “já não é mais bravata”, e sim “um ataque sistemático à democracia brasileira”.

Cabe a todos nós, que defendemos o Estado Democrático de Direito, deixarmos de lado as nossas diferenças e nos unirmos contra essa tentativa de desmoralizar as nossas instituições”.

O ex-aliado ao governo Kim Kataguiri (MBL) questionou se “as instituições vão continuar inertes”. “Vamos deixar Bolsonaro atacar as eleições como se não fosse nada demais?”, escreveu no Twitter.

O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) também criticou Bolsonaro pelas falas do presidente na live semanal, que prometia provas sobre fraudes eleitorais no Brasil.

“Como já era de se esperar, a montanha pariu um rato. Em live, Bolsonaro não apresenta nenhuma prova (ninguém racional esperava que apresentasse) de fraude na urna eletrônica”, disse.

Segundo o deputado, Bolsonaro “usa suas frases desconexas e sua verborragia agressiva contra as instituições para animar sua plateia”.

Já o deputado federal Ivan Valente (PT), disse que o presidente deveria ser “preso”.

“Absolutamente criminosa a live do Bolsonaro. Num país sério sairia preso. Acusações gravíssimas, sem provas, sem consistência, com vídeos que já foram desmentidos, contra a Justiça Eleitoral. Povo brasileiro ainda tem muito por fazer para se livrar desse mal”, escreveu nas redes sociais.

Presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann afirmou que Bolsonaro “tem de ser interpelado judicialmente”.

“Bobageira [sic] mentirosa de Bolsonaro na live que iria comprovar fraude nas urnas eletrônicas. O Palácio do Alvorada virou palanque eleitoral. Só fraudaram o 1º turno de 2018? Cadê as provas de fraude nas urnas? Ele mesmo disse, não temos provas! Tem de ser interpelado judicialmente”.

“Paranoias e teorias da conspiração”

Em nota divulgada nas redes sociais, o PSDB afirmou que as únicas “provas” apresentadas foram de que o presidente é dado a “paranoias e teorias da conspiração”.

“O presidente Bolsonaro prometeu apresentar provas de que as eleições brasileiras foram fraudadas por meio das urnas eletrônicas. No lugar disso ofereceu um festival de argumentos constrangedores e patéticos”, diz a legenda.

“O máximo que conseguiu é deixar a sociedade perplexa com o nível das bizarrices apresentadas. Prova mesmo é que temos um presidente dado a paranoias e teorias da conspiração. O PSDB segue confiando no sistema eleitoral brasileiro”, conclui o comunicado assinado pelo presidente nacional da sigla, Bruno Araújo.






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