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Alexandre Ramagem diz que Abin paralela é “invenção”

Diretor-geral da Abin disse à Câmara que não há ilícito praticado por servidor da agência nem utilização do sistema interno

atualizado

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Marcos Oliveira/Agência Senado
Ramagem Abin
1 de 1 Ramagem Abin - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, negou nesta quarta-feira (7/7) a existência de uma Abin paralela. Segundo ele, a suposta estrutura de serviço particular de informações ao presidente Jair Bolsonaro é “uma invenção” e está sendo desmontada na Justiça.

“O que seria uma Abin paralela? Para ser de uma Abin paralela seria um ilícito praticado por um servidor da Abin e/ou uma utilização do sistema da Abin. Isso é crime. As questões que foram imputadas à Abin: já foi comprovado, está sendo demonstrado, mais ainda, que não teve participação de pessoas da Abin e de sistemas e instrumentos da Abin. Então, cai por terra. Essa questão está, inclusive, judicializada. Nós demonstramos rebater que se trata de uma invenção”, disse ele em audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Ramagem afirmou ainda que pode haver um serviço de inteligência à parte da Abin:

“Se há algo paralelo, fazendo algum tipo de inteligência, não usando servidor nem sistema, então não tem Abin nessa questão”, prosseguiu ele.

O convite a Ramagem para falar aos deputados foi feito pelo presidente da comissão, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), e tem o objetivo de explanar as atividades de inteligência do órgão.

A Abin é subordinada funcionalmente ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, comandado pelo general e ministro Augusto Heleno.

Documentos à CPI da Covid

Ramagem ainda disse que a agência não negou a apresentação de documentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, mas sinalizou o caminho adequado para repasse das informações.

“Para deixar muito claro: em nenhum momento nós nos negamos a apresentar documentos, nós apenas demos os caminhos do normativo legítimo para isso. Há a resolução do Congresso Nacional 2 de 2013, que estipula as competências, as comissões, e a competência da CCAI – Comissão Mista de Controle da Atividade de Inteligência. Lá está no art. 9º e no art. 16 que qualquer proposição de membro ou comissão permanente ou não do Congresso Nacional tem que passar pela CCAI. Então, a gente colocou: está à disposição, mas caminho é esse. Do contrário, nós estaremos em irregularidade a apresentar diretamente à CPI. Tem que ser pedido para a CCAI a disposição. Essa é toda a questão.”

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse na terça-feira (6/7) que vai à Justiça para cobrar o cumprimento da determinação.

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