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Wellington Dias: “Sem reforma, 19 estados estarão em colapso até 2022”

Governador do Piauí aposta em uma articulação com o Congresso para construir uma saída para os estados e prega outro texto para Previdência

atualizado

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Wellington Dias
1 de 1 Wellington Dias - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), é contrário ao texto da reforma da Previdência apresentado pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). Ele defende, no entanto, que o Congresso construa uma proposta alternativa de mudança nas regras da aposentadoria, sob pena de colapso das contas públicas.

Paralelamente, Dias sugere que a Casa trabalhe pautas que promovam o crescimento da economia e a geração de emprego. Caso o governo não se atente a uma reforma e ao desenvolvimento econômico, avalia o governador, ao menos 19 estados brasileiros, em seu cálculo estimado, entrarão em colapso até 2022.

“Não estou falando de muito tempo não. Estou falando de agora. E não é só a questão da Previdência. Tem que ter Previdência e tem que ter a capacidade de fazer a economia crescer”, alertou o governador.

O petista está em seu quarto mandato à frente do estado nordestino. Todas as vezes que ascendeu ao cargo, foi eleito ou reeleito no primeiro turno. Em entrevista ao Metrópoles, ele disse ainda que o país não pode parar devido à reforma da Previdência.

“A pauta do povo não pode ser só Previdência. Temos que cuidar da Segurança, temos que cuidar da pauta da Economia, acelerar o crescimento, gerar emprego, gerar renda. Precisamos cuidar da pauta da Saúde. Estamos tendo um certo retrocesso em algumas áreas. A Educação passa por um momento delicado, o que afeta a parte social”, ponderou Dias.

O governador tem sido um importante interlocutor dos governadores do Nordeste e tem conversado com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre a necessidade de o Legislativo, em articulação com os demais chefes estaduais e prefeitos, assumir o protagonismo de construção de uma proposta. “Vai me dizer que cada governador não tem 80 votos aqui?”, questionou.

“O caminho é uma proposta do Congresso [para a Previdência]. Disse isso nesta semana ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e, na semana passada, ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e para um conjunto de líderes, inclusive do meu partido. O objetivo é alcançar o equilíbrio atuarial”, afirmou. “Eu, os 27 governadores de estados e do Distrito Federal temos a compreensão de que é necessário adequar medidas”, ressaltou.

Ao comentar a relação de Bolsonaro com o Parlamento, Dias relata o que ouviu dizer: “O que ouço é que ela é quase inexistente”, contou. “O interlocutor tem sido o presidente da Câmara e, de vez em quando, ele diz que não vai fazer mais”, prosseguiu.

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Bode
Sobre a questão do Benefício de Prestação Continuada, o chamado BPC, para o qual o governo propôs cortes na emenda da Previdência, Dias avaliou que trata-se da estratégia conhecida como “bode” nos meios políticos. Ou seja: coloca-se a medida com o objetivo de ela ser tirada e encobrir as demais discussões sobre o tema. “BPC não é Previdência”, opinou.

“Se a estratégia é essa, já foi usada muitas vezes e, hoje, com a velocidade da comunicação, a possibilidade de isso atrapalhar o todo é muito grande. Então, tira isso. Não tiraram e o bode está fedendo na sala”, avaliou.

Fundo
Entre as propostas pensadas pelo governador que poderiam constar em uma possível reforma, está a criação, por parte dos estados, de um fundo para equilíbrio atuarial da Previdência. Esse fundo seria abastecido por receitas dos estados e novas receitas a serem criadas a partir de novas medidas.

Uma sugestão do governador e de seu partido, por exemplo, seria passar a cobrar uma contribuição sobre distribuição de lucros e dividendos das empresas. “É uma boa receita. O meu partido defende isso”, observou.

O objetivo do fundo seria financiar quem já se aposentou, recebe pensão ou está se aposentando agora. “O Brasil não começa hoje. E as pessoas que já se aposentaram? E as que estão se aposentando? E quem é pensionista? Como fica?”, questionou, alegando que a proposta do governo não responde a essas perguntas.

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