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Guedes: “Brasil gasta na Previdência 10 vezes o que gasta na educação”

Ministro ainda afirmou que os gastos públicos subiram ao longo dos últimos 40 anos até atingir 45% do Produto Interno Bruto

atualizado

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Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Guedes CCJ 2
1 de 1 Guedes CCJ 2 - Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (3/4), em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que o Brasil gasta com Previdência 10 vezes mais do que gasta em áreas como a educação. “O Brasil gasta R$ 700 bilhões com Previdência, que é passado, e R$ 70 bilhões com educação, que é o futuro”, ressaltou o chefe da economia do governo Jair Bolsonaro (PSL).

“O problema é tão dramático que, no ano passado, nós gastamos R$ 700 bilhões com a Previdência, que é o passado, que são nossos idosos”, disse Guedes. “E nós gastamos R$ 70 bilhões com a educação, que é o nosso futuro. Gastamos 10 vezes mais com a Previdência do que com o nosso futuro. Mais importante ainda do que isso: antes de a população brasileira envelhecer, a Previdência, no formato atual, já estará condenada. Essa dimensão fiscal é incontornável.”

Guedes ainda afirmou que os gastos públicos subiram ao longo dos últimos 40 anos até atingir 45% do Produto Interno Bruto (PIB) e “culpou” despesas com pessoal como o fator responsável por esses gastos.

Tête-à-tête 
Após o “furo” que deu nos integrantes da CCJ no último dia 26, o ministro da Economia não encontrou um ambiente dos mais amistosos para expor aos parlamentares os pontos caros ao governo Jair Bolsonaro em torno da mudança de regras na aposentadoria dos brasileiros. O grande desafio de Paulo Guedes, nesse tête-à-tête com os deputados é, longe de voar em céu de brigadeiro, não deixar o tempo fechar.

Em determinado momento, o ministro defendeu que os cortes são necessários “seja onde for” e se referiu à questão das grandes fortunas, não tratada na reforma da Previdência, e sim em uma possível reforma Tributária.

Deputados chegaram a se manifestar, interrompendo Guedes e citando o Benefício de Prestação Continuada, o BPC, cujas modificações constam no atual projeto do governo. Guedes retomou sua fala, reclamando da interrupção.

“Se eu puder falar, será interessante. Se eu não puder falar, eu espero”, declarou. “Os senhores foram eleitos para discutir isso aqui, não tem nada errado, está tudo certo”, disse o ministro, que prosseguiu, dirigindo-se diretamente aos parlamentares.

“Vocês querem que a Previdência seja uma fábrica de desigualdades. Hoje ela é uma fábrica de desigualdades”, ressaltou Guedes. A partir desse momento, começou um bate-boca na comissão.

O primeiro bate-boca só teve fim com a interferência do presidente da comissão, Felipe Francishini (PSL-PR). O ministro, ao retomar sua fala, recorreu a ironias. “Cometi um erro sério ao responder à deputada Gleisi [Gleisi Hoffomannn, presidente do PT]. Me aconselharam a não reagir. Mas eu quis ser atencioso”, disse o ministro.

“Eu sou muito respeitoso. Os senhores têm muita familiaridade com esse ambiente e eu, não. Cometi o erro de interagir, eu deveria só ter falado”, disse Guedes.

Sistema perverso
Na reunião com a CCJ, que teve início às 14h, o ministro reafirmou que o sistema previdenciário brasileiro é “perverso” e uma “fábrica de desigualdades”.

“Financiar a aposentadoria do trabalhador idoso desempregando trabalhadores é, na minha opinião, uma forma perversa de financiar o sistema. Você cobrar encargos trabalhistas sobre a mão de obra, sobre a folha de pagamentos, é uma condenação”, declarou Guedes.

O ministro da Economia chegou à CCJ acompanhado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o recebeu, primeiramente, no gabinete da Presidência da Casa. A princípio, Maia não permaneceu na comissão, mas o gesto de acompanhar Guedes até o local pode ser entendido como um apoio à proposta apresentada pelo governo. Logo depois, ele retornou e sentou-se à mesa da CCJ ao lado de Francischini.

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