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Salles admite alta, mas diz que desmatamento não cresceu 88%

Segundo o ministro Ricardo Salles, foram encontradas “inconsistências” nos dados divulgados pelo Inpe

atualizado

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Antonio Cruz/Agência Brasil
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1 de 1 antcrz_abr_09071918558 - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Depois de declarações polêmicas envolvendo dados sobre desmatamento na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) participou, na tarde desta quinta-feira (01/08/2019), ao lado do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de uma apresentação em que foram apontadas “inconsistências” no conteúdo divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O governo contestou o dado de que houve aumento de 88% nas áreas desmatadas em relação a 2018, mas não apresentou um cálculo atualizado. “Está aumentando, mas não dessa forma como foi divulgado”, disse Bolsonaro, ao fim da exposição do ministro.

Na avaliação do presidente da República, a imprecisão das informações prejudicou a imagem do Brasil no exterior e coloca em risco contratos comerciais.

“São bilhões, na questão comercial, que estão em jogo lá fora. Como nós temos um potencial grande ainda para entrar no agronegócio, vamos sofrer todo tipo de ataque. A fama do Brasil e a minha é péssima lá fora, tendo em vista rótulos que foram colocados em mim. Esses rótulos têm que ser, aos poucos, combatidos, na forma da verdade”, afirmou. 

Bolsonaro voltou a reclamar que o diretor do Inpe, Ricardo Magnus Osório Galvão, não repassou os dados para que fossem avaliados pelo Mistério do Meio Ambiente.

“É um número tão grande e tão preocupante que ele [Ricardo] deveria levar esse número para o próprio ministro. Não queremos abafar nada, mas no meu entendimento não houve responsabilidade para divulgar esse dado. O estrago está feito lá fora”, afirmou o presidente da República.

O ministro Ricardo Salles disse que não é intenção da pasta esconder informações ou negar o cenário atual do desmatamento na Amazônia. “O que nós fizemos foi verificar o quanto dessa informação é procedente”, disse. Na sequência, ele admitiu que, de fato, o desmatamento está aumentando, mas alegou que as ações devem ser tomadas com base em dados precisos, sem “sensacionalismo”.

Salles usou exemplos em que o sistema de monitoramento usado pelo Inpe, o Deter, não identificou, na data correta, os desmatamentos de determinadas áreas. Ou seja, segundo o governo, áreas desmatadas em 2017 só entraram no cálculo divulgado em junho de 2019, causando um acúmulo no percentual. Também houve, de acordo com o ministro, contagens duplicadas de áreas desmatadas

“Essa questão do desmatamento para nós é apolítica. Não se trata de alocar os dados do desmatamento nesse ou em outro governo. É mostrar que o dado do salto de 88% [divulgado pelo Inpe] está equivocado”, afirmou.

Questionado sobre o percentual atualizado do desmatamento em comparação ao ano passado, o ministro não apresentou um novo número. “A nossa preocupação não é trabalhar para criar número, é mostrar que a análise como foi feita não está correta”, justificou Salles.

Ao lado do presidente e do ministro do Meio Ambiente, também participaram da coletiva de imprensa o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. Heleno, em sua fala, pediu “honestidade intelectual” na divulgação dos dados. “Sendo dados falsos, é muito grave porque prejudica a imagem do Brasil”, avaliou.

Histórico
O presidente Jair Bolsonaro teve uma discussão pública com o diretor do Inpe, Ricardo Magnus Osório Galvão, sobre os dados que apontavam aumento nas áreas desmatadas no país neste ano. Bolsonaro chegou a dizer que Galvão age “a serviço de alguma ONG”. O executivo rebateu dizendo que a atitude do presidente foi “pusilânime e covarde” e as declarações parecem mais “conversa de botequim”.

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