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Glenn no Senado: “Tentam criar um clima de ameaça à imprensa”

O jornalista e diretor do site The Intercept Brasil participa de sessão da Comissão de Constituição e Justiça para explicar vazamento

atualizado

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1 de 1 glenn - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o diretor do site The Intercept Brasil Glenn Greenwald disse que “estão tentando criminalizar o jornalismo e os jornalistas”. Segundo ele, o trabalho dos profissionais da imprensa é receber informações e publicar, desde que sejam autênticas e de interesse público.

Greenwald foi convidado a falar ao Senado após o The Intercept divulgar, em parceria com outros veículos, diálogos vazados que mostram uma suposta colaboração entre o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador da República Deltan Dallagnol.

“É impensável, em uma democracia, pensar em prender ou investigar um jornalista pelo trabalho que ele está fazendo”, afirmou. A primeira vez que leu o material recebido de uma fonte anônima, Greenwald disse ter ficado chocado. “Um juiz que, durante cinco anos, falou que era neutro, estava fazendo justamente o contrário. Eu tinha nas minhas mãos um material que mostrava que o tempo todo o Sergio Moro estava mandando na Lava Jato”, apontou.

O jornalista disse que Sergio Moro foi perguntado várias vezes sobre estar investigando Glenn. “Eu acho que isso mostra a mentalidade do ministro Moro. Ele quer que fiquemos com medo, mas nós não temos medo, vamos continuar publicando, porque li a Constituição Brasileira e sei que ela protege o trabalho do jornalista”, sinalizou.

Ao iniciar a sessão, os senadores fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao jornalista Paulo Henrique Amorim, que morreu nesta quarta (10/07/2019), vítima de um infarto fulminante enquanto estava em casa, no Rio de Janeiro.

Glenn Greenwald chegou ao Senado Federal por volta das 10h30, acompanhado do marido, o deputado David Miranda (PSol-RJ). Os parlamentares querem que ele dê mais detalhes sobre como o site teve acesso aos vazamentos dos diálogos.

O convite ao jornalista partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na Casa. “Ele vem sofrendo publicamente ataques de setores do governo, inclusive de Sergio Moro, que vem questionando a veracidade dos diálogos. Precisamos saber o que está acontecendo”, afirmou o parlamentar.

Assista à sessão com a presença de Glenn Greenwald:

No mês passado, Greenwald falou à Câmara dos Deputados e reclamou das ameaças que estaria sofrendo. “Eu considero que a ameaça mais grave vem do próprio ministro Sergio Moro, que tem nos chamado de aliados dos hackers e dito que estamos envolvidos em crimes na tentativa de pegar esses documentos. Ele está tentando nos ameaçar, nos intimidar e nos criminalizar”, disse o jornalista ao prestar esclarecimentos na Comissão de Direitos Humanos da Casa.

Contexto
Em 9 de junho, o Intercept começou a divulgar uma série de reportagens com base em mensagens que mostram suposta interferência do então juiz da Operação Lava Jato no trabalho investigativo.

O atual ministro da Justiça e o chefe da força-tarefa do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, teriam supostamente trocado colaborações. Depois, o site continuou com a publicação de matérias sobre o tema.

Sergio Moro e Dallagnol dizem que foram vítimas de um ataque hacker criminoso e não reconhecem a autenticidade do conteúdo que veio a público. Com base no que foi exposto, ambos negam haver qualquer irregularidade nas conversas.

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