Bolsonaro recebe índios em live, defende garimpo e critica ONGs

Lideranças da reserva Raposa Ressa do Sol apoiaram a exploração de terras indígenas, medida defendida pelo presidente da República

Manoela Albuquerque
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Pela segunda vez consecutiva, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou uma transmissão ao vivo no Facebook para defender a legalização do garimpo e a exploração de reservas indígenas. Nesta quinta-feira (08/08/2019), índios da Raposa Serra do Sol, de Roraima (RR), serviram de pano de fundo à proposta do presidente.

Enquanto ao lado de Bolsonaro estavam, sentados, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e uma intérprete de libras, três líderes se posicionaram atrás da mesa depois de um convite do presidente: “Vem para cá, pessoal índio”, convocou.

Bolsonaro disse, mais uma vez, que a legalização do garimpo trará dignidade aos garimpeiros, que hoje, sustenta, colocam em risco o meio ambiente por atuarem de forma clandestina. Também defendeu a exploração das reservas indígenas para atividades agropecuárias.

O presidente afirmou também que os índios são usados como “massa de manobra” e criticou a existência de “lobby” na demarcação de terras. “O índio não fala a nossa língua, como é que eles conseguiram tanta terra?”, questionou.

O titular do Planalto acusou voluntários de serem pagos por organizações não governamentais (ONGs) para manter os indígenas à margem da sociedade. “Aquele pessoal que quer eles confinados, [eles] não querem o bem deles. Eles não querem isso. O índio é tão brasileiro, ele é tão inteligente como nós”, afirmou.

As lideranças apoiaram as falas de Bolsonaro. “Nós vamos lutar pelos nossos direitos. Não de permanecer numa reserva indígena somente. Permanecer, mas produzindo, de forma que garanta o fortalecimento da nossa comunidade e da nossa cultura”, disse um deles.

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