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Bolsonaro espera que Brasil seja 1º a aprovar acordo de livre comércio

Acordo foi assinado na sexta-feira e depende de aprovação dos parlamentos dos países membros dos dois blocos

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Jair Bolsonaro, solenidade contra fraudes no INSS
1 de 1 Jair Bolsonaro, solenidade contra fraudes no INSS - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, neste domingo (30/06/2019), que espera que o Parlamento brasileiro seja o primeiro a aprovar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. O acordo foi assinado na sexta-feira (28/06/2019) e depende de aprovação dos parlamentos dos países membros dos dois blocos.

“Missão cumprida. Atingimos todos os objetivos. No meio do evento, houve a concretização [do acordo] do Mercosul. As informações que eu tenho são as melhores possíveis. Entra em vigor daqui a uns dois anos ou três, depende dos parlamentos. Vamos ver se o nosso aqui…Talvez seja um dos primeiros a aprovar, espero.”, afirmou o presidente.

O processo de aprovação e ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia deve demorar cerca de dois a cinco anos, avaliam especialistas. Formalmente, o processo poderia ocorrer em dois anos, mas como se exige a aprovação do acordo em cada um dos parlamento a previsão é que a discussão se estenda por mais tempo.

Após as aprovações e ratificações, a redução de tarifas entre os blocos entra em vigor, mas de forma gradativa, ao longo de dez anos. Um dos primeiros entraves para a aprovação definitiva ocorrerá no Parlamento Europeu, onde os “verdes” ganharam poder de influência e podem dificultar a aprovação do texto em represália à política ambiental do governo brasileiro.

Em nota, o bloco dos verdes no Parlamento Europeu afirmou que o acordo Mercosul-UE “é um mau compromisso e vem no momento errado, quando há uma demanda crescente por desenvolvimento sustentável”. O grupo também critica a abordagem da UE sobre o Acordo de Paris, dizendo que falar o que se quer ouvir sobre o tratado climático está fazendo nada mais do que “servir a imagem do presidente Jair Bolsonaro”.

Os integrantes do bloco parlamentar são conhecidos pelos compromissos voltados para preservação ambiental e questões climáticas. Eles surpreenderam na última eleição e vão ocupar 75 dos 751 lugares do Parlamento europeu, representando o quarto maior grupo da legislatura que vai de 2019 a 2024.

Depois de ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos parlamentos dos quatro membros do bloco sul-americano, o acordo ainda terá de passar pelo crivo dos 27 países do bloco europeu (já considerando a saída do Reino Unido, pelo Brexit). A expectativa do Brasil e da Argentina é que o processo dure até dois anos. Integrantes do governo do ex-presidente Michel Temer, por outro lado, estimavam que o processo poderia levar até cinco anos.

Avião da FAB
O presidente voltou a lamentar a prisão do segundo-sargento da Aeronáutica detido com cocaína na Espanha após desembarcar do avião reserva da Presidência. Segundo ele, o sargento jogou “na lama” o nome das instituições brasileiras, mas disse que situações como essa podem “ocorrer em qualquer lugar do mundo”.

“Isso está sendo investigado. Ele jogou fora a vida dele, jogou na lama o nome de instituições e prejudicou o Brasil um pouco. Mas acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição”, afirmou o presidente.

Bolsonaro voltou a usar a Indonésia como exemplo para insinuar a punição que o segundo-sargento Manuel Silva Rodrigues. No país do sudoeste asiática, casos de tráfico de drogas são punidos com a pena de morte, que não existe no direito brasileiro.

“Eu lamento todo o ocorrido. Meu grande lamento é que não foi na Indonésia que seria mais um exemplo”, afirmou o presidente que voltou a fazer referência ao brasileiro Marco Archer que foi preso no país asiático por tráfico de drogas e executado após ser condenado a pena de morte.

Bolsonaro não tem agenda oficial neste domingo em Brasília. O presidente anunciou a intenção de ir a Belo Horizonte na terça-feira acompanhar o jogo entre Brasil e Argentina.

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