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Bolsonaro diz a TV italiana porque se empenhou para expulsar Battisti

Presidente afirmou que pretende visitar a terra dos seus avós no dia 8 de maio, data em que se comemora a vitória dos Aliados na 2ª Guerra

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 bolsonaro jair - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) postou no Twitter, nesta quinta-feira (17/01), sua primeira entrevista internacional após ser empossado no cargo, concedida ao programa Porta a Porta, da TV italiana RAI. O apresentador iniciou o programa ressaltando que Bolsonaro foi decisivo para a extradição e prisão de Cesare Battisti, no último domingo (13), e questionou o presidente sobre o porquê de ele, já durante a campanha eleitoral, ter afirmado que iria extraditar o ex-ativista italiano.

“Buonasera”, saudou Bolsonaro. Ele relembrou que já havia discutido o processo de Battisti junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pressionar pela extradição do italiano. “Mas infelizmente, naquela época, o governo Lula decidiu mantê-lo aqui”, contou o presidente. “Na campanha eleitoral disse que, no que dependesse de mim, ele seria extraditado”, completou.

Segundo Bolsonaro, a mensagem que fica é que o Brasil não será mais um “território de abrigo de marginais, de criminosos e de prisioneiros políticos. “Estou muito feliz por poder colaborar com todos os cidadãos italianos e brasileiros, para que o Battisti cumprisse sua pena de crimes cometidos nos anos 70”, completou o presidente.

O jornalista da RAI perguntou a Bolsonaro como se explica que uma pessoa acusada de quatro homicídios poderia ter proteção política, como um refugiado político, e ser defendido por suas ideias e não pelos crimes que cometeu. “Como esse julgamento pode ter acontecido?”, colocou.

Horrores do terrorismo
Bolsonaro explicou que o Brasil viveu “uma guerra” de 64 a 85, referindo-se ao período militar, e lembrou que, em 70, aos 15 anos, ele conheceu o Exército no interior de São Paulo. “O Exército estava perseguindo um guerrilheiro, um desertor, Carlos Lamarca, que fazia parte da Vanguarda Popular Revolucionária, um grupo terrorista responsável por várias ações no Brasil, inclusive uma bomba que matou um soldado em São Paulo, e a execução de um tenente depois de o terem sequestrado. E quem comandava tudo era esse elemento, Carlos Lamarca”, destacou.

O presidente ressaltou que a ex-presidente Dilma Rousseff também fazia parte da Vanguarda Popular Revolucionária. “Quando jovem, eu conheci os horrores do terrorismo, porque, quando Lamarca passou na minha cidade, feriu seis soldados. E dois desses soldados tinham filhos, que eram meus colegas de escola. Em seguida, entrei para o Exército”, contou o presidente.

“Tenho vivenciado ao longo dos anos o terrorismo no Brasil”, continuou. “Nós sabíamos que os proletários armados pelos comunistas eram uma parte das Brigadas Vermelhas e estudavam nos manuais de guerrilha de Lamarca. Nós sempre fomos contra isso, não importa em que lado do mundo esteja”, afirmou.

Por fim, Bolsonaro foi perguntado sobre quando visitará a Itália. O presidente afirmou que 8 de maio, data marcada como o Dia da Vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, seria uma ótima oportunidade para uma visita. “Farei o possível para estar lá. Será a primeira vez que visitarei a terra dos meus avós”, encerrou Bolsonaro.

Veja a íntegra da entrevista aqui:

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