Bolsonaro chama jornalistas de “raça em extinção”

O presidente voltou a fazer ataques à imprensa e disse que o Ibama deveria cuidar dos profissionais brasileiros

atualizado 06/01/2020 13:56

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Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em mais um ataque à imprensa, nesta segunda-feira (06/01/2020), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que os jornalistas brasileiros são uma “raça em extinção”.

Segundo o chefe do Executivo, por serem “raça em extinção”, os jornalistas brasileiros deveriam estar vinculados ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão é responsável por políticas de preservação de espécies ameaçadas.

“Vocês são uma espécie em extinção. Acho que vou botar os jornalistas do Brasil vinculados ao Ibama. Vocês são uma raça em extinção”, disse ao sair do Palácio da Alvorada e reclamar de uma reportagem que mostrava o uso do fundo eleitoral na campanha.

O presidente havia pedido aos eleitores que não votassem em candidatos que usaram o fundo como financiamento de campanha.

Em outras ocasiões, Bolsonaro disse que gostaria que a imprensa mudasse porque quem lê jornal está desinformado. “Eu quero que vocês mudem. Quem não lê jornal não está informado e quem lê está desinformado. Tem que mudar isso”, opinou.

“Falei para vocês aqui: não votem em candidatos que usem o fundão. Aí o Uol falou: Bolsonaro falou para não votar em candidatos que usem o fundão, mas ele usou em 2014. O fundão é de 2017. É de uma imbecilidade. Lamentavelmente, né. Não vou dizer todo mundo aqui, para não ser processado pela ANJ e não sei o que. Mas é de uma imbecilidade. Não sabe nem mentir mais. Não me acusem de ter crucificado Jesus Cristo, não, por favor”, disse o presidente.

Bolsonaro ainda ressaltou ter cancelado as assinaturas de jornais e revistas impressos do Palácio do Planalto e disse ter feito isso porque os veículos chegam “envenenados”.

“Por exemplo, eu cancelei todos os jornais do Palácio do Planalto. Todos, todos, não recebo mais papel de jornal ou revista. Quem quiser que vá comprar. Porque envenena a gente ler jornal. Chega envenenado”, disse.

Os ataques provocaram reação de entidades representativas da imprensa, como o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Para amenizar o clima, Bolsonaro, no dia seguinte, convidou profissionais para uma conversa no Palácio da Alvorada. Rodeado de repórteres, ele admitiu ter exagerado e disse que, diante da repercussão negativa das declarações, há espaço para arrependimento.

“Sim, eu erro. Não devia ter falado”, afirmou, na ocasião. “Eu me controlo quando passo para conversar com vocês. Sei que vocês provocam para ter manchete, a gente sabe disso aí”, completou.

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