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Bebianno chama Bolsonaro de cara de pau por indicar filho à embaixada

Para o ex-ministro do governo, além da iniciativa ser “imoral”, deputado federal “não tem a menor condição” de exercer o cargo

atualizado

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Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil
Gustavo Bebianno
1 de 1 Gustavo Bebianno - Foto: Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil

Demitido do governo em fevereiro, após se envolver em um embate com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno ressurgiu das cinzas para criticar medidas tomadas pelo chefe do Executivo.

Em entrevista à BBC News, Bebianno acusou o presidente de ser “cara de pau” por indicar o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador nos Estados Unidos. Para ele, o parlamentar não tem “a menor condição” de exercer as atividades no exterior.

“Eduardo, coitado, ele não tem a menor condição. Ele sequer sabe o papel de um embaixador. Ele não tem ideia. Eu convivi de perto. Ele não tem noções básicas de negociação”, disse o ex-ministro. E continuou: “É um garoto, um menino, um surfista que teve um mandato por causa do pai, depois surfou de novo a onda do pai, na conquista do segundo mandato”.

Bebianno ainda criticou o perfil acadêmico de Eduardo. “É um rapaz completamente inexperiente. O nível acadêmico dele é bem iniciante, ele não tem condições. Primeiro, eu acho imoral essa indicação. Segundo, ela é péssima e antiestratégica para o presidente”, voltou a dizer.

O ex-integrante do governo ainda comparou o comportamento de Bolsonaro com o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O Brasil perde com essa indicação. O presidente tem na cabeça dele uma visão até meio parecida com o Lula, uma coisa meio personalista demais, ‘ah, o Trump é meu amigo’. O Trump não é amigo dele, o Trump é presidente dos Estados Unidos”, soltou.

Comportamento do presidente
O ex-ministro avalia que os integrantes do governo vivem “intimidados” e não têm coragem de falar o que pensam. “Ele [Bolsonaro] tem uma função executiva que exige uma equipe e confiança. Da forma como ele vem fazendo, me parece que ele desenvolve uma gestão muito mais pela intimidação, ou seja, as pessoas ao seu redor trabalham intimidadas, portanto, não tem espontaneidade nem sinceridade pra falar o que precisam falar pra ele”, disse.

Para Bebianno, Bolsonaro deu sorte ao ao ter o ministro da Economia, Paulo Guedes, na equipe. Ele ainda acredita que o militar da reserva só venceu as eleições por causa do economista. “Ele aposta que vai manter viva essa popularidade ao longo de três anos e meio, está acostumado a bater nos outros, como pode manter essa posição sendo que hoje ele é a vidraça? Então, ele tem muita sorte porque o Paulo Guedes desceu de paraquedas nesse projeto dele”, afirmou.

“Ele percebeu num dado momento que o nome do Paulo Guedes respaldava a candidatura dele perante um eleitorado que ele não teria, só teve porque o Guedes estava engajado na campanha. Se ele tivesse se desvinculado da campanha, provavelmente Bolsonaro não teria ganhado a eleição”, avaliou.

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