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Policiais federais atingidos por Jefferson têm estilhaços no corpo

Laudos apontam que Karina Oliveira e Marcelo Villela foram atingidos no rosto, nos quadris e na cabeça durante ação na casa do ex-deputado

atualizado

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Divulgação
Roberto Jefferson - tiroteio - STF - Polícia Federal
1 de 1 Roberto Jefferson - tiroteio - STF - Polícia Federal - Foto: Divulgação

O laudo médico dos policiais federais atingidos por Roberto Jefferson (PTB) durante operação na casa do petebista, no último domingo (23/10), aponta que os profissionais foram feridos por estilhaços de granadas lançadas pelo ex-deputado. A agente Karina Oliveira e o delegado Marcelo Villela acabaram atingidos no rosto, nos quadris e no crânio. Ambos precisaram de atendimento médico.

Jefferson disparou cerca de 50 tiros em uma viatura da PF com fuzil 5.56mm. Além disso, atirou três granadas contra a equipe de agentes que tentou cumprir mandado de prisão do ministro Alexandre de Moraes na casa do político, em Comendador Levy Gasparian (RJ). Em depoimento, Roberto Jefferson afirmou que a intenção era atingir a viatura, e não os policiais.

Karina Oliveira teve ferimentos no rosto e na coxa, e precisou levar pontos. A policial também tem estilhaços de granada no quadril, e precisará ficar afastada do trabalho por cinco dias para o tratamento.

No depoimento, a agente contou que chegou a perder os sentidos, mas, antes, passou a pistola para o colega Daniel, porque a dele deu pane durante a troca de tiros com o ex-deputado. No instante em que se abrigava e tentava socorrer a policial, o delegado Marcelo Villela foi ferido na cabeça.

Marcelo relatou à polícia que “sentiu o sangue descer de sua cabeça e, em determinado momento, a quantidade de sangue era tão grande que chegou a atrapalhar a visão do olho direito”. O delegado detalhou que a radiografia identificou no crânio dele dois fragmentos, possivelmente estilhaços.

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Ação premeditada

O delegado salientou, ainda, que Jefferson aguardava a Polícia Federal e agiu de forma premeditada. Eles teriam sido socorridos por alguém que apareceu se apresentando como cunhado do ex-parlamentar.

O policial federal Heron Peixoto, que pulou o muro da casa do ex-deputado para tentar abrir o portão a fim de que os outros agentes entrassem, contou que tocou a campainha da residência de Jefferson e chegou a ser advertido por uma mulher para que eles desistissem da operação: “Vai embora, vai embora, vai dar merda”.

O integrante da PF que intermediou as negociações descreveu que o ex-deputado federal oscilava muito de humor. Pontuou que, inicialmente, o petebista dizia que só sairia do local morto, que era para “preparar o cemitério, pois ele iria para lá”. Em outros, acalmava-se e aceitava conversar.

Prisão

O ex-parlamentar foi detido no domingo (23/10) após atirar contra policiais federais. Jefferson está preso em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gerincinó, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O ex-presidente do PTB foi detido por volta das 19h​, após horas de negociação com agentes da Polícia Federal. Ele teve a prisão domiciliar revogada e acabou detido em casa, na cidade de Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro.

Por causa do ataque aos policiais federais, o ex-parlamentar deve responder por quatro tentativas de homicídio.

Jefferson cumpria prisão domiciliar em Levy Gasparian. Ele é investigado por participação em atos de “organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação e financiamento político com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”, conforme relata inquérito da PF.

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