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PGR: Ciro Nogueira e deputado tentaram comprar silêncio de assessor

No âmbito da Lava Jato, policiais fazem buscas nos gabinetes dos parlamentares do PP no Congresso Nacional. Ex-deputado foi preso

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
lava jato, câmara dos deputados, eduardo da fonte
1 de 1 lava jato, câmara dos deputados, eduardo da fonte - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O dia começou quente em Brasília nesta terça-feira (24/4). A Polícia Federal cumpriu, em operação conjunta com a Procuradoria-Geral da República (PGR), oito mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva no âmbito da Lava Jato. Foram vasculhados os gabinetes do deputado Eduardo da Fonte (PE) e do senador Ciro Nogueira (PI), ambos do Partido Progressista (PP), no Congresso Nacional. O objetivo da PF é reunir mais provas de que os dois tentaram comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investigações.

Alvo do mandado de prisão, o ex-deputado Márcio Junqueira, de Roraima, seria o intermediário entre os parlamentares e o ex-assessor. O esquema incluiu o pagamento de despesas pessoais, ameaças e até proposta para a mudança do teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação de desta terça.

A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato.

Além dos gabinetes dos parlamentares no Congresso Nacional e dos apartamentos funcionais em  Brasília, foram realizadas buscas em endereços residenciais na capital federal, em Teresina (PI), Recife (PE) e Boa Vista (RR). Na Câmara dos Deputados, o corredor em que fica o gabinete do deputado Eduardo da Fonte foi isolado (foto de destaque).

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), feita no ano passado, os congressistas seriam integrantes do núcleo político de uma organização criminosa voltada ao cometimento de delitos contra o Legislativo nacional, com o objetivo de arrecadar propina por meio do  uso de diversos órgãos públicos da administração pública direta e indireta.

A defesa de Ciro Nogueira, representada pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirmou que o parlamentar “se encontra fora do Brasil, não sabendo em qual país e não foi possível ainda falar com ele”.

Kakay disse ainda desconhecer, até o momento, as razões da determinação do ministro Fachin, ressaltando que o senador “sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já foi alvo de busca e apreensão”. Segundo a defesa, Ciro Nogueira continuará a agir “como o principal interessado no esclarecimento dos fatos”

Veja a nota da defesa de Ciro Nogueira:

A Defesa do Senador Ciro Nogueira está acompanhando as buscas que estão sendo realizadas na residência e no gabinete do Senador. Esclarece a defesa que o Senador se encontra fora do Brasil, não sabendo em qual país e que não foi possível ainda falar com ele. Desconhece a defesa, até o presente momento, as razões da determinação judicial do Ministro Fachin. É certo que o Senador sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já foi alvo de busca e apreensão. Continuará a agir o Senador como o principal interessado no esclarecimento dos fatos. No momento, a defesa aguarda contato com o Senador para poder ter o necessário instrumento de poderes que dará direito ao acesso aos fundamentos da medida de busca e apreensão

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