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Rio-Niterói: sequestrador estava em surto psicótico há dias, disse mãe

Homem foi morto durante ação da polícia. Ele ameaçou colocar fogo no ônibus com 37 vítimas dentro

atualizado

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Reprodução/TV Globo
Sequestro-Ponte-Rio-Niterói6
1 de 1 Sequestro-Ponte-Rio-Niterói6 - Foto: Reprodução/TV Globo

A mãe de Willian Augusto Da Silva, sequestrador que deixou passageiros de ônibus reféns por mais de três horas na manhã desta terça-feira (20/08/2019), afirmou à polícia do Rio de Janeiro que o filho estava com um “surto psicótico” há dias. O criminoso foi morto por atiradores de elite da Polícia Militar.

O tenente-coronel Maurílio Nunes, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, disse que um psicólogo colaborou com a operação. Segundo o militar, o profissional teve papel essencial, sobretudo ao fazer o perfil do sequestrador. “A polícia vai sempre priorizar a preservação da vida. O acompanhamento do psicólogo foi muito importante. Ele fez entrevista com as vítimas e com familiares dele”, disse.

Uma das informações que receberam da mãe de Willian era de que o sequestrador estava em surto psicótico há dias. Assim, a negociação dos policiais passou a ser tática, ao procurar alguma forma de conter o criminoso. As autoridades participaram de coletiva à imprensa no início da tarde desta terça-feira (20/08/2019). Entre elas, o governador Wilson Witzel.

“Fui ao local e verifiquei que dentro do ônibus havia um forte cheiro de gasolina. O criminoso estava com um isqueiro na mão. No momento em que ele foi abatido, estava pronto para incendiar aquele veículo. Durante as conversas de negociação, ele demonstrou uma perturbação mental, mas dizia que queria parar o Estado”, detalhou Witzel.

Maurílio Nunes explicou que, quando pessoas são colocadas em risco, é preciso tomar ações. William pendurou uma série de garrafas pets com gasolina ao longo do ônibus. “O movimento dele de ligar o isqueiro ou acionar a máquina de choque, que estava em sua posse, poderia deflagrar uma explosão”, comentou o tenente-coronel.

Witzel
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel aproveitou a oportunidade, mais uma vez, para defender a ação da polícia em comunidades do estado. Mais cedo, após operação da polícia, O líder do Executivo local desceu do helicóptero comemorando na ponte Rio-Niterói.

“A sociedade hoje é vítima de vários criminosos que ostentam armamento bélico. Se a polícia tiver autorização para fazer o trabalho que ela tem que fazer, certamente muitas vítimas serão poupadas”, disse Witzel durante a coletiva de imprensa. Em seguida, pediu que o país tome posições mais duras ao combate com o tráfico de armas.

“Elas [vítimas de ações policiais] não morreram pelas armas da polícia militar, mas pela guerra de facções. É preciso que o Brasil tome posições mais duras que combatem o tráfico de armas. Isso sim estimula a violência, não é a ação da polícia, muito menos a minha”, destacou o governador.

Witzel tem sido cobrado pelo aumento do número de mortos em operação policiais. Nos seis primeiros meses deste ano foi registrado crescimento de 15% nas mortes por intervenção de agentes do Rio, passando de 769, em 2018, para 881 neste ano. Opositores afirmam que muitos inocentes têm sido vítimas.

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