Corregedoria indicia PMs de SP por assassinato de jovem que esperava lanche
David Nascimento dos Santos foi assassinado em uma favela na Zona Oeste de São Paulo, em 24 de abril. Corregedoria mudou decisão após laudo
atualizado
Compartilhar notícia
Sete policiais militares de São Paulo foram indiciados pela corporação pelo homicídio do vendedor ambulante David Nascimento dos Santos, no último dia 24 de abril. Ele foi morto depois de ser abordado pela Polícia Militar de São Paulo (PMSP) em uma favela na Zona Oeste da capital paulista, enquanto aguardava um lanche que havia pedido por aplicativo.
Inicialmente, a PM paulistana havia concluído, em relatório, que houve “cárcere privado com resultado morte”: sem que esse “resultado” fosse atribuído aos policiais. A mudança de posicionamento ocorreu depois de um laudo necroscópico que comprovou que os disparos de agentes é que mataram o jovem de 23 anos.
No indiciamento inicial, o entendimento foi de que teria havido disparos de armas de fogo para acobertar a tortura que o jovem sofreu, mas não como causa da morte.
Câmeras de segurança filmaram o jovem sendo colocado em uma viatura do Batalhão de Ações Especiais Policiais (Baep) – as imagens foram divulgadas pela Ponte Jornalismo – e ele só foi encontrado horas depois em Osasco, na Favela da Fazendinha, na Região Metropolitana da capital.
Os PMs envolvidos já haviam sido presos, por ordem da Justiça Militar, no dia 4 de maio. No total, duas equipes teriam participado do crime. Ambas responderão por homicídio, mas uma delas também foi indiciada por cárcere privado.
As duas também teriam praticado fraude processual, visto que adulteraram a cena do crime, inclusive colocando uma arma de fogo.