Adriano da Nóbrega temia ser morto para “queima de arquivo”
Investigado no caso Marielle e na “rachadinha” de Flávio Bolsonaro, corpo do miliciano foi encontrado neste domingo
atualizado
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O advogado Paulo Emilio Catta Preta afirmou que o miliciano Adriano da Nóbrega, morto na manhã deste domingo (09/02/2020) no interior da Bahia, estava “convencido” de que queriam matá-lo como “queima de arquivo”. Segundo o advogado, a mulher de Adriano também havia feito relato semelhante.
“Ele me disse que estava muito aflito, que tinha absoluta certeza de que foram atrás dele não para prender, mas para matar”, afirmou o advogado. Catta Preta, segundo o jornal O Estado de S.Paulo, também contestou a versão da polícia de que Adriano teria uma pistola austríaca que, segundo os policiais, foi utilizada contra os agentes durante a operação.
Adriano é considerado o chefe da milícia Escritório do Crime e é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) tanto pelo caso da morte da vereadora Marielle Franco (PSol) em março de 2018 quanto pela suspeita de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), hoje senador.
Conforme mostraram as investigações, Flávio empregou, em seu gabinete, a ex-esposa de Adriano, Danielle da Nóbrega, e a mãe dele, Raimunda Magalhães. Além disso, em 2005, Adriano foi homenageado por Flávio com a medalha Tiradentes, a maior honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Na época, o miliciano estava preso sob acusação de homicídio.
Além disso, Adriano trabalhou na Polícia Militar fluminense com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio e suspeito de coordenar a “rachadinha”. O miliciano estava foragido desde janeiro do ano passado.