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PF diz ter comprovado que não houve estupro e morte de menina Yanomami

Investigação da PF na aldeia Aracaça, onde uma adolescente teria sido estuprada e morta, apurou que a denúncia foi fruto de um mal-entendido

atualizado

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Divulgação
Garimpo em Terra Yanomami
1 de 1 Garimpo em Terra Yanomami - Foto: Divulgação

A investigação da Polícia Federal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, concluiu que são falsas as informações de que garimpeiros teriam estuprado e assassinado uma menina de 12 anos, integrante da comunidade Aracaça. A instituição concedeu entrevista coletiva em Boa Vista, nesta sexta-feira (6/5), para informar que a denúncia que mobiliza pedidos de socorro nos últimos dias teve origem num mal-entendido.

De acordo com a PF, os depoimentos de indígenas da região e a investigação revelaram que as denúncias sobre a violência surgiram de um vídeo institucional produzido por uma ONG; um indígena assistiu ao filme e repassou a informação oralmente a um parente.

“Esse segundo indígena inferiu, a partir dos elementos que tinha, que membros de sua comunidade teriam sido vítimas da violência apresentada no vídeo. Tal fato o teria levado a entrar em contato com a liderança indígena responsável pela formalização da denúncia”, relata a PF, em nota.

O relato

Os efeitos da invasão da reserva Yanomami por garimpeiros voltaram a ganhar destaque na última semana, quando o líder Júnior Hekurari denunciou o estupro seguido de morte da adolescente. Além disso, uma criança mais nova teria caído no rio e desaparecido.

Houve uma visita de policiais federais ao local, mas, de acordo com lideranças Yanomami, os garimpeiros subornaram os agentes com ouro e ameaçaram os indígenas, que teriam fugido da aldeia. Desde então, indígenas e simpatizantes da causa têm cobrado ações do governo e realizam protestos nas redes sociais com a frase: “Cadê os Yanomamis?“.

A PF deu sua versão para os acontecimentos:

“Em relação a eventual desaparecimento de indígenas que residiram na tribo, a investigação apontou que ao menos nove Yanomamis moram no local, sendo que seis foram contatados presencialmente no primeiro dia das diligências no local e outros três – uma mulher e dois netos – estão em Boa Vista para tratamento de saúde da mulher. Por fim, outros indígenas que residiam no local teriam se mudado para outra comunidade, conforme relatado pela própria liderança indígena que encaminhou a denúncia dos crimes.”

“Todos os indígenas residentes na comunidade Aracaça foram entrevistados no primeiro dia da ação policial, ocasião em que a Polícia Federal destruiu infraestrutura de suporte ao garimpo ilegal na região, com a queima de mais de 17 mil litros de combustível, barracos e outros bens”, informou ainda a PF.

Por fim, a PF enfatizou que as investigações ainda não foram concluídas e que “tais esclarecimentos são feitos em caráter excepcional e atenção ao interesse que o tema despertou perante a sociedade”.

Atenção do Congresso e da PGR

A denúncia tem mobilizado as forças políticas no Brasil. O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que “esclarecer o que realmente aconteceu é prioridade para o MPF”; a Câmara criou uma comissão externa para apurar o problema, e senadores planejam viajar a Roraima na próxima semana.

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