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Damares sobre estupro de menina Yanomami: “Lamento. Acontece todo dia”

Segundo lideranças indígenas, criança de 12 anos foi estuprada e morta por garimpeiros na região de Waikás, em Roraima

atualizado

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Jefferson Rudy/Agência Senado
Fotografia colorida de mulher com máscara pendurada na orelha
1 de 1 Fotografia colorida de mulher com máscara pendurada na orelha - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) lamentou o assassinato e estupro de uma adolescente de 12 anos da etnia Yanomani supostamente cometidos por garimpeiros na região de Waikás, em Roraima. Em entrevista ao UOL News, a pré-candidata ao Senado pelo Distrito Federal disse, porém, que casos como esse “acontecem todo dia”.

“Esse caso traz a questão do garimpo, mas quero lembrar que os garimpos estão em terras indígenas há mais de 70 anos, de forma irregular, e são muitas as violências. Esse caso dessa menina causou essa repercussão toda, e isso é muito bom porque a gente ainda vai conversar sobre violência sexual contra crianças indígenas. A gente não pode ser pautada por um só caso. Lamento, mas acontece todo dia”, disse a ex-ministra ao portal.

O caso foi denunciado por Júnior Hekurari Yanomami, líder indígena e presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana.

Damares afirma, porém, que esse não é um caso isolado. “O estupro dessa menina nos chocou como nos chocou o estupro da menininha lá entre os Guarani Kaiowá. Infelizmente esse não é um caso isolado e a gente tem que se levantar como um todo no enfrentamento à violência contra meninas e mulheres indígenas”, explicou.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o líder indígena da região contou que garimpeiros invadiram a comunidade e levaram uma mulher, uma criança e uma adolescente de 12 anos. “Os garimpeiros a violentaram, estupraram, e isso ocasionou o óbito. O corpo da adolescente está na comunidade”, disse. O caso teria ocorrido no final do último mês.

Investigação da PF

Para a Polícia Federal, não há indícios de “homicídio e estupro ou de óbito por afogamento” relacionados ao caso. Em operação conjunta com o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), agentes da PF realizaram “extensas diligências” na aldeia Arakaça, na região do Waikás.

Os investigadores contaram com apoio do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) para chegarem ao local. A operação foi realizada para “averiguar relatos de eventuais crimes dos quais teriam sido vítimas mulheres e crianças indígenas da localidade, conforme narrado em ofício encaminhado pelo Conselho Distrital de Saúde Indígena”, informa nota conjunta.

“As equipes, portanto, ainda estão em diligência em busca de maiores esclarecimentos. As instituições reafirmam o comprometimento no cumprimento de suas atribuições e ressalta que todas as denúncias recebidas são devidamente apuradas”, relata o posicionamento.

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