PF diz que joias sauditas dadas a Bolsonaro valem entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões
A PF concluiu perícia das joias com análise da qualidade do ouro e das pedras em estojo recebido por comitiva de Bolsonaro, em 2021
atualizado
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Joias foram presente da Arábia Saudita a Michelle Bolsonaro
A Polícia Federal concluiu perícia em estojo de joias sauditas, retido na Receita Federal, após comitiva do governo de Jair Bolsonaro (PL) entrar no Brasil com as peças. A análise, iniciada em abril deste ano, aponta que o conjunto está avaliado entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões, e não em R$ 16,5 milhões, como foi divulgado, inicialmente. As informações foram publicadas em primeira mão pelo Portal G1 e confirmadas pelo Metrópoles.
O estojo de joias – com anel, colar, relógio e brincos de diamante, oriundos da Arábia Saudita – estava retido na Receita Federal, em São Paulo, e foi entregue à PF, em 5 de abril. Os peritos analisaram a qualidade do ouro e das pedras e chegaram a um valor diferente da estimativa feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, que denunciou o caso.
Em maio, a Receita Federal anunciou que o estojo estava avaliado em R$ 5,6 milhões. Agora, os peritos da PF, em laudo, chegou à conclusão de que o valor não ultrapassa R$ 5 milhões.

Joias entregues por Bolsonaro à União Divulgação/Defesa Bolsonaro

Joias foram presente da Arábia Saudita a Michelle Bolsonaro Reprodução

Bento Albuquerque conversa com auditores da Receita sobre joias Reprodução/GloboNews

Joias na Receita Federal Reprodução

Bolsonaro e joias sauditas PR e Reprodução

Estojo entregue ao ex-presidente Bolsonaro contendo kit com relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gol, anel e um masbaha rose gold, todos da marca suíça Chopard Reprodução

Joias sauditas apreendidas no Aeroporto de Guarulhos com comitiva do presidente Jair Bolsonaro, em 2021 Reprodução

Joias foram apreendidas pela Receita Federal em São Paulo Reprodução/Twitter do ministro Paulo Pimenta

Receita não liberou joias trazidas ao Brasil pelo governo Bolsonaro Reprodução/Twitter do ministro Paulo Pimenta

Joias doadas a Michelle Bolsonaro foram trazidas ilegalmente ao Brasil Reprodução/Twitter do ministro Paulo Pimenta

Michelle ironiza denúncia de que governo Bolsonaro tentou trazer joias valiosas do exterior para a ela em 2021 Reprodução/Redes sociais
O estojo foi apreendido no Aeroporto de Guarulhos, ainda em 2021, quando as peças chegaram ao Brasil na mochila do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Depois, descobriu-se que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou outros dois presentes da Arábia: o primeiro, o próprio mandátario recebeu em 2019; o segundo presente veio com o estojo apreendido, mas passou incólume pela fiscalização da Receita.
Após 3h de depoimento sobre caso das joias, Bolsonaro deixa sede da PF
Depoimento
Em abril deste ano, Bolsonaro compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos sobre os presentes da Arábia Saudita. O ex-presidente permaneceu no prédio por pouco mais de três horas.
Além de Bolsonaro, prestaram depoimento outras nove pessoas, cinco delas em Brasília e quatro em São Paulo. Um dos depoentes foi o tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente da República.
Cid protagonizou uma das tentativas de reaver as joias que ficaram retidas com a Receita Federal.

A sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, amanheceu com segurança reforçada nesta quarta-feira (5/4) Breno Esaki/Metrópoles

O Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da Polícia Federal e PMDF fazem a segurança dos acessos da sede da PF para receber o ex-presidente Jair Bolsonaro Breno Esaki/Metrópoles

Segurança para depoimento de Bolsonaro na PF, em Brasília Breno Esaki/Metrópoles

Prédios onde fica a sede da PF em Brasília. Bolsonaro prestará depoimento sobre caso das joias no local Hugo/Metrópoles
Desde que o caso veio à tona, Bolsonaro nega irregularidades e afirma que os objetos foram cadastrados no acervo da Presidência da República.
Os presentes recebidos da Arábia
Em outubro de 2021, comitiva do Ministério de Minas e Energia viajou à Arábia Saudita. Entre os servidores que compunham o grupo, estava o então chefe da pasta, ministro Bento Albuquerque. Na volta ao Brasil, a Receita Federal apreendeu um conjunto de joias que estava com o ajudante de ordens de Albuquerque, o militar Marcos André dos Santos Soeiro.
No pacote, havia um colar, brincos e outros objetos, agora avaliados pela PF em R$ 5 milhões.
Relatório de viagem de Bento Albuquerque à Arábia não menciona joias
Depois da apreensão, o governo Bolsonaro teria tentado reaver o pacote de joias pelo menos quatro vezes, por meio dos ministérios da Economia, de Minas e Energia, e de Relações Exteriores.
Em uma quarta movimentação para recuperar os objetos, realizada a três dias de Bolsonaro deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar a Guarulhos.
Bolsonaro também entrou em campo e chegou a enviar ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República. O documento foi assinado por Mauro Cid, ajudante de ordens e “faz-tudo” do ex-presidente.