PE: policiais militares são suspeitos de matar indígena a pauladas
Polícia Civil investiga a morte de Edinaldo Manoel de Souza, de 61 anos, morador da Aldeia Olho D’Água do Padre, no interior do estado
atualizado

A Polícia Civil de Pernambuco investiga a morte de um homem indígena em Carnaubeira da Penha, no interior do estado, na última quarta-feira (15/6). Segundo lideranças da região, Edinaldo Manoel de Souza, de 61 anos, teria sido agredido até a morte com pauladas por policiais militares.
Relatos da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) apontam que o crime ocorreu durante uma abordagem na frente da casa onde a vítima morava, na Aldeia Olho D’Água do Padre, localizada na Terra Indígena Atikum. Ele teria sido questionado sobre a posse de uma espingarda.
“Ao responder que não possuía espingarda nenhuma, um policial deu um tapa violento no tórax da vítima e quanto mais os policiais perguntavam e Edinaldo negava a propriedade de uma espingarda, mais ele apanhava”, informou a Apoinme nas redes sociais.
Confira a nota:
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Edinaldo teria sido agredido até desmaiar, quando foi levado por agentes envolvidos na ação a um hospital da cidade. Contudo, não resistiu aos ferimentos e morreu antes de dar entrada na unidade de saúde.
Manifestação
A morte de Edinaldo gerou indignação entre os povos indígenas da região de Atikum. Eles foram às ruas em protesto pela vítima.
Veja:
ATENTEM-SE! OQ ESTAR ACONTECENDO NO BRASIL, É GENOCÍDIO INDÍGENA.
Edivaldo Atikum, estava em casa dormindo quando ouviu barulho. Abriu a porto e foi abordado por policiais q já chegaram o condenando.
Edivaldo foi agredido.
Edivaldo NÃO RESISTIU E MORREU.
Edivaldo tinha 61 anos. pic.twitter.com/ugJoYvvihW— Thyara #VacinaParentinho♥️ 🏹 (@PataxoThyara) June 17, 2022
Em resposta à manifestação, o comissário da Polícia Civil garantiu que o caso está sendo investigado pelas autoridades.
“Trabalhamos de acordo com a lei, a nossa delegacia está de portas abertas para receber a comissão de vocês. O delegado responsável já está ciente do caso. A dor de vês também é nossa”, afirmou.
Em nota, a entidade informou que um inquérito policial foi instaurado para apurar o fato, e que foram realizadas diligências, incluindo oitivas de familiares da vítima, vizinhos e lideranças indígenas.
O Ministério Público de Pernambuco também foi acionado pra auxiliar nas investigações, a partir de perícias criminais, realizadas pela Polícia Científica.
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