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Paulinho da Força, Jovair Arantes e Wilson Filho são alvo da PF

Agentes cumprem mandados nos gabinetes dos três deputados na Câmara e no Ministério do Trabalho contra fraude em registros sindicais

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
operação registro espúrio, polícia federal
1 de 1 operação registro espúrio, polícia federal - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Equipes da Polícia Federal estão nas ruas de Brasília, nesta quarta-feira (30/5), cumprindo mandados de prisão, busca e apreensão na Operação Registro Espúrio. O objetivo é desarticular organização criminosa que atua na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho.

Há busca e apreensão em três gabinetes da Câmara dos Deputados e no Ministério do Trabalho. Entre os alvos, estão os deputados Paulinho da Força (SD), Jovair Arantes (PTB) e Wilson Filho (PTB).

Após cerca de um ano, as investigações revelaram um esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do MTE, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares em loteamento de cargos.

Os mandados foram autorizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e estão sendo cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.

Fachin, entretanto, negou os pedidos de prisão dos três parlamentares e excluiu o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, da operação, sobre o qual não haveria indícios de envolvimento no esquema.

Segundo o Ministério Público Federal, sedes nacionais dos dois partidos políticos e de centrais sindicais também são alvo da operação. Na petição enviada ao STF, a procuradora-geral, Raquel Dodge, menciona, como exemplo das fraudes, pagamentos que envolviam valores que chegaram a R$ 4 milhões pela liberação de um único registro sindical.

Em nota, o MPF informou que, desde 2017, parte do grupo criminoso responde a uma ação por improbidade administrativa em andamento na Justiça Federal, em Brasília.

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Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.

Cerca de 320 policiais federais estão cumprindo 64 mandados de busca e apreensão, oito de prisão preventiva e 15 de temporária, além de outras medidas cautelares.

Outro lado
Em nota, Paulinho da Força, Roberto Jefferson e a Força Sindical se manifestaram sobre a citação de seus nomes na Operação Registro Espúrio.

A Direção Nacional do PTB, representada por Roberto Jefferson (presidente da sigla), afirmou que jamais participou de quaisquer negociações espúrias na pasta e declara que, se for comprovado na Justiça o envolvimento de petebistas no referido esquema investigado pela Polícia Federal, os culpados, deverão assumir suas responsabilidades perante a sociedade.

“O PTB reitera apoio ao trabalho da Polícia Federal – ontem, hoje e sempre -, em especial neste grave momento da vida nacional”, diz Jefferson.

Também em nota, o deputado Paulinho da Força diz que é o maior defensor da pauta trabalhista no Congresso Nacional, alega que já foi investigado em diversas oportunidades e sempre conseguiu provar que as denúncias foram fruto de pessoas incomodadas com sua atuação na defesa do trabalhador.

“A citação do deputado na Operação Registro Espúrio, deflagrada hoje pela PF, não possui nenhum fundamento senão criminalizar o movimento sindical como um todo. O deputado desconhece em absoluto os fatos investigados e esclarece que o Partido Solidariedade não é o responsável pelas indicações no Ministério do Trabalho”, diz trecho da nota.

A Força Sindical disse, em documento assinado pelo secretário-geral João Carlos Gonçalves, o Juruna, que a operação da PF nas dependências da central objetivou a busca e apreensão de documentos, o que a entidade disponibilizou, sem qualquer restrição, e o que mais se fizer necessário para o cumprimento da ordem legal.

“A Força Sindical, que representa dois mil sindicatos em todo o Brasil e 13 milhões de trabalhadores, sempre esteve à frente da luta nas grandes conquistas trabalhistas, e está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos”, finalizou a nota. (Com informações da Agência Estado)

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