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Pandemia gera perda total de renda para quase metade dos artistas do país

Levantamento revela que 48,8% dos artistas, produtores e empreendedores perderam a totalidade de suas receitas entre maio e julho

atualizado

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festival de teatro do amazonas
1 de 1 festival de teatro do amazonas - Foto: Reprodução

O setor cultural, que responde por cerca de 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, foi um dos mais afetados pela crise global decorrente da Covid-19. Shows, eventos e convenções foram cancelados e adiados por tempo indeterminado. Com isso, artistas, produtores e empreendedores perderam suas receitas, o que levou a um alto índice de demissões no mercado.

Segundo pesquisa feita em todo o território nacional, entre março e abril de 2020, 41,8% deles perderam a totalidade de seus recursos financeiros, e entre maio e julho esta proporção elevou-se para 48,88%.

O Distrito Federal foi o local que mais registrou perdas totais de recursos entre maio e julho (59,2%) e o Mato Grosso do Sul teve o menor percentual (16%). Os setores mais afetados com a falta de verba entre maio e julho foram os de artes cênicas, feiras e festivais, moda, cultura, hip-hop e música.

Demissões

Além da falta de ajuda financeira, o ano de 2020 registrou um grande número de demissões. De acordo com a pesquisa, cerca de 44% das organizações demitiu a totalidade dos colaboradores. As contratações de serviços de terceiros registraram redução de 43,16% no período de março a abril. Entre maio e julho, o percentual aumentou para 49,16%. O setor de festivais e feiras foi o mais impactado.

Há um ceticismo para o balanço financeiro de 2020. A maioria da amostra disse acreditar que perderá a totalidade de sua receita – o setor de artes cênicas é o mais pessimista, em contraste com o setor de design e serviços criativos.

Assistência

Em relação a algum tipo de assistência, entre março e abril, 21,23% das organizações não receberam nenhuma forma de apoio. Cerca de 26,58% receberam auxílio-emergencial, que foi usado, prioritariamente, para manutenção da sede, dependências e escritórios, segundo o estudo.

Entre os serviços que foram contratados mesmo diante da crise, destacam-se a publicidade na internet (19%), as ferramentas online para trabalho remoto (12,6%) e o serviço de internet de banda larga (6,94%).

A pesquisa foi organizada pelos pesquisadores Pedro Affonso, Rodrigo Amaral e André Lira, com apoio da UNESCO no Brasil, Sesc, USP, Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura e treze Secretarias Estaduais de Cultura. Foram ouvidas 2.667 pessoas, entre junho e setembro deste ano, em 472 municípios.

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