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Pai provou que homem acusado de racismo tem esquizofrenia, diz delegado

Mateus Abreu Almeida Prado Couto humilhou um motoboy no último dia 31 de julho, em um condomínio em Valinhos (SP)

atualizado

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racismo motoboy
1 de 1 racismo motoboy - Foto: reprodução

O delegado Luís Henrique Apocalypse Jóia, da Polícia Civil de São Paulo (PCSP), afirmou no início da noite desta sexta-feira (7/8) que o pai do contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto teria apresentado, segundo o boletim de ocorrência, um documento que atesta que o filho sofre de esquizofrenia.

Mateus Couto humilhou o motoboy Matheus Pires ao chamá-lo de semianalfabeto e lixo. Branco, o homem alegou também que o jovem teria inveja das casas do condomínio e da cor de pele dele. O episódio aconteceu no último dia 31 de julho, em um condomínio em Valinhos (SP).

“Constou-se no boletim de ocorrência que o pai teria exibido esse documento. Nós solicitaremos assim que houver a representação por parte da vítima, aí a gente vai checar ou não”, disse o delegado, em entrevista coletiva. Segundo ele, a pena máxima é de até três anos. O boletim de ocorrência foi registrado como injúria racial.

“Depende muito do laudo médico. Se constatar que ele [Mateus Couto] não tem condição de saber exatamente o que está fazendo, há uma medida de segurança, não seria a prisão. Mas isso a gente vai verificar assim que a vítima represente”, reforçou o delegado, ao evidenciar que só foi feito um boletim de ocorrência até o momento.

Entenda

As imagens viralizaram nesta sexta-feira (7/8) nas redes sociais. A ocorrência começou após a vítima, Matheus Pires, comentar com o contabilista que alguns motoboys reclamam da maneira hostil como são tratados toda vez que vão até a residência para fazer qualquer tipo de entrega.

“Você nem tem onde morar. Você tem inveja disso daqui [diz apontando para a cor do braço]. Eu pedi para ele [Matheus Pires] sair fora daqui, e não saiu fora. Moleque, moleque, você tem inveja disso daqui, você tem inveja dessas famílias aqui”, diz o homem, ao apontar para as casas do condomínio e, em seguida, para o antebraço, indicando a cor da pele.

O entregador, que usava máscara facial — ao contrário do agressor —, responde: “Eu posso ter a mesma coisa que o senhor. Quem te deu isso daqui? Foi seu pai?”. Em seguida, o contabilista aumenta o tom de voz: “Você nunca vai ter” e chama Matheus de semianalfabeto e mentiroso.

Assista às agressões, que foram compartilhadas em uma rede social:

Cusparada

O motoboy Matheus Pires contou que, além das ofensas raciais gravadas no vídeo que viralizou, ele foi vítima de outra modalidade de ataque. Em plena pandemia de coronavírus, Mateus Abreu Almeida Prado Couto disparou uma cusparada na sua cara. A saliva é das principais transmissoras do vírus.

“Quando começaram as atitudes [gravadas no vídeo], os vizinhos vieram para fora. Ele ficou puto. Tanto que ele cuspiu em mim, imitou macaco, falou que eu era macaco”, contou em entrevista ao Metrópoles. O ataque ocorreu há uma semana, no dia 31 de julho. Até o momento, Matheus disse não apresentar sintomas da doença.

Ao escutar o escândalo e os gritos de Prado Couto, os vizinhos apareceram do lado de fora das suas casas, em um condomínio de luxo, e um deles começou a gravar a situação. Ao ver que o agressor estava ficando mais violento, um vizinho cujo nome não foi revelado, mas que aparece no vídeo de bermudas, tomou o lado do motoboy e teria deixado claro que, caso o homem partisse para a agressão física, ele iria interferir.

“Quem gravou foi o pessoal que mora lá, um vizinho. O que estava do lado [de bermudas] estava junto do que estava gravando para o caso de ele tentar fazer alguma coisa, ele me defender. Porque você viu lá que o bicho era grande”, lembrou o motoboy.

Mateus Prado Couto, segundo o iFood, foi banido da plataforma.

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