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Padilha minimiza crise no Congresso e garante votação de MPs

Ministro de Relações Institucionais do governo Lula (PT), Alexandre Padilha afirma que Congresso fará esforço nesta semana sobre a votação

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Imagem mostra Lula conversando com Arthur Lira e Alexandre Padilha
1 de 1 Imagem mostra Lula conversando com Arthur Lira e Alexandre Padilha - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Além de confirmar a evolução do quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alexandre Padilha minimizou a crise instaurada no Congresso entre Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) garantiu que a Casa Baixa fará um esforço para, na próxima semana, apreciar Medidas Provisórias herdadas do governo Bolsonaro. Com relação as MPs do atual governo, o ministro diz que um “ambiente de compromisso” será construído e enfatiza que “há tempo” para apreciação.

Alexandre Padilha foi questionado, ao deixar o Alvorada, sobre a visita de Arthur Lira a Lula, realizada nessa sexta-feira (24/3), mesmo dia no qual o presidente da Câmara enviou um ofício cobrando coerência a Rodrigo Pacheco sobre a apreciação das Medidas Provisórias.

Por causa da pandemia de covid-19, as MPs passaram a ser votadas direto no plenário da Câmara e, em seguida, no Senado, como forma de acelerar sua aprovação. Com o fim da crise sanitária, o Senado ordenou o retorno das comissões mistas para a análise desse tipo de matéria, como determina a Constituição Federal, mas Lira ameaçou não pautá-las para votação.

“A Câmara está definindo para esta semana um esforço concentrado para votar todas as MPs. Até este momento, tudo que o governo precisou votar na Câmara e no Senado, foi aprovado. Ganhamos a eleição do Senado e passamos a dominar, na Câmara, as principais comissões. (…) Acreditamos que teremos, nesta semana, um ritmo concentrado de votação das 13 MPs que estão na Casa”, disse Alexandre Padilha, em conversa com a imprensa.

“Ambiente de compromisso”

O compromisso para votar as 13 MPs do governo Bolsonaro foi anunciado por Lira na quinta (23/3). O ministro-chefe da SRI diz ainda acreditar que, nesta semana, será construído um “ambiente de compromisso” na Câmara e no Senado para votar Medidas Provisórias já do governo Lula, a exemplo das MPs do novo Bolsa Família, o novo Mais Médicos e o novo Minha Casa, Minha Vida, que vencem em junho. “Temos prazo, tempo pra isso. Mas votar essas MPs é muito importante”, afirma o petista.

Padilha ainda afirmou que não pode definir data sobre a apresentação do novo marco fiscal, mas afirma que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) se dedicará ao assunto nesta semana junto ao presidente Lula.

“Projetos prioritários não são de governo ou de oposição, são muito importantes para o país. Reduzir e simplificar impostos, envolve o governo, mas também de oposição. O mesmo acontece com o Marco Fiscal, que ultrapassa o governo Lula e sinaliza para investidores que continuaremos a combinar responsabilidade social com responsabilidade fiscal”, comentou.

O ministro ainda disse não estar preocupado com as cobranças, feitas por parlamentares diante do impasse sobre as MPs, por cargos de segundo e terceiro escalão, além de emendas. “Isso acontece desde o começo e continuará pelos quatro anos. É um diálogo permanente e presente. O governo votou e aprovou tudo no Congresso, esse ambiente vai continuar”, completou Padilha.

Retorno de Bolsonaro

Questionado sobre como o governo Lula vai lidar com o possível retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil, Alexandre Padilha afirmou que não comentaria, pois o adversário já desmarcou retornos ao país. Apesar disso, ele provoca: “O ex-presidente, que fugiu do país, fica marcando datas para tentar mudar notícias graves sobre escândalos do seu governo, apuradas pelo atual governo, pela Polícia Federal e pelo Judiciário”.

Jair Bolsonaro deixou o Brasil no dia 30/12 do ano passado, a dois dias da posse do então presidente eleito Lula. Ele já disse que retornaria no dia 15/3, o que não aconteceu.

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