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Paciente com nariz deformado acusa médico de tentativa de homicídio

Médico foi denunciado por pelo menos oito pacientes, que tiveram deformidades e infecções bacterianas após procedimento de rinoplastia

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O empresário Veraldino de Freitas Júnior, que acusa o cirurgião Alan Landecker de provocar deformidades e infecções bacterianas em seu nariz
1 de 1 O empresário Veraldino de Freitas Júnior, que acusa o cirurgião Alan Landecker de provocar deformidades e infecções bacterianas em seu nariz - Foto: Divulgação

São Paulo –  O empresário Veraldino de Freitas Júnior, 35 anos, que acusa o cirurgião plástico Alan Landecker de ter provocado infecções graves que deformaram seu nariz, quer que o médico responda na Justiça por homicídio. O médico que fez a rinoplastia do empresário possui clínica nos Jardins, área nobre de São Paulo, e opera nos principais hospitais da capital paulista.

Em entrevista ao Metrópoles, o empresário contou que, após a cirurgia plástica, contraiu uma bactéria que pode destruir seu nariz para sempre e que não tem tratamento antibiótico conhecido no Brasil.

“Estou tratando uma bactéria que pode espalhar para o resto do corpo. Não trabalho mais. Não consigo fazer mais nada. A gente quer que ele responda na Justiça por tentativa de homicídio”, afirma.

De acordo com o empresário, um laudo médico mostra que ele contraiu seis bactérias diferentes na região do nariz, devido à intervenção cirúrgica.

“Quero que ele pare de oferecer riscos a outras vítimas. Vou entrar com pedido de indenização, mas meu objetivo principal é uma acusação criminal, porque ele agiu de forma criminosa”, diz o empresário.

Os problemas de Veraldino começaram pouco depois da cirurgia. Em Montes Claros, no norte de Minas Gerais, onde mora, Veraldino notou que seu nariz estava com cheiro persistente “de carniça”. O cirurgião alegou que seu organismo não tinha reagido bem e fez uma segunda cirurgia em março deste ano.

“Passou 15 dias e abriu um buraco no nariz. Aí ele falou comigo que com curativo iria resolver. Falou que não precisaria de outra cirurgia, mas me operou novamente em julho deste ano e abriu um buraco nos dois lados do nariz”, afirmou o empresário.

Além do empresário, pelo menos outros sete ex-pacientes também acusam o cirurgião de provocar problemas no nariz após a rinoplastia. Por causa das denúncias, Landecker passou a ser investigado pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Caso de polícia

O caso relatado ao Metrópoles é investigado pelo 15º DP (Itaim Bibi). Há outros casos de vítimas do cirurgião em investigação no 34º DP (Vila Sônia).

De acordo com o empresário, há mais de 40 vítimas que já foram contabilizadas em um grupo de WhatsApp dos ex-pacientes.

“Ele falava que éramos casos isolados e que o culpado era o nosso organismo que não estava respondendo bem”, afirmou o ex-paciente.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que já foram solicitados exames de corpo de delito das vítimas – ainda são aguardados os laudos dos resultados.

“A oitiva do médico investigado será realizada no decorrer do andamento das investigações”, diz em nota.

Landecker realizava cirurgias nos mais caros hospitais de São Paulo, como o Albert Einstein, Sírio-Libanês e Vila Nova Star. O advogado Daniel Bialski, que defende o cirurgião, divulgou nota em que “repudia com veemência as acusações formuladas”.

“Em todas as fases do atendimento, prestou a necessária assistência, inclusive na pós-cirúrgica, não podendo ser responsabilizado naqueles casos em que os pacientes não cumpriram o necessário protocolo de cuidados recomendados; omitindo uso de medicamentos, como imunossupressores; abandonando o tratamento ou não seguindo as orientações médicas”, alegou o médico no comunicado.

Confira a íntegra do texto divulgado pela defesa de Alan Landecker:

“O Dr. Alan Landecker repudia com veemência as acusações formuladas.Em todas as fases do atendimento, prestou a necessária assistência, inclusive na pós-cirúrgica, não podendo ser responsabilizado naqueles casos em que os pacientes não cumpriram o necessário protocolo de cuidados recomendados; omitindo uso de medicamentos, como imunossupressores; abandonando o tratamento ou não seguindo as orientações médicas. Dentre os pacientes que tiveram problemas de infecção após a cirurgia, os casos mais graves foram causados por bactérias tipicamente hospitalares, tais como Mycobacterium, Pseudomonas, Achromobacter, Burkholderia, Stenotrophomonas e Klebsiella. Ressalte-se que, dentre os poucos pacientes que tiveram infecção, a ampla maioria cumpriu as orientações até o final do tratamento, estando totalmente satisfeitos, tanto com a estética como com a função nasal. A rinoplastia é a cirurgia estética mais complexa da especialidade. Dentre as mais de 4 mil cirurgias que nosso cliente realizou nestes 20 anos (principalmente casos complexos de correções de pretéritas rinoplastias malsucedidas, realizadas por outros profissionais), raras foram as complicações infecciosas pós-operatórias, correspondendo a apenas 0,5% entre os pacientes do Dr. Landecker, referência nacional e internacional nessa especialidade. Todos os pacientes são previamente orientados sobre os cuidados necessários e acompanhados por até três anos após os procedimentos. A correção, seriedade e competência do profissional serão demonstradas por meio de exames e documentos, havendo prova induvidosa de que não incorreu em falta ou erro de qualquer esfera. As imputações e ataques à honra, religião e reputação do Dr. Landecker, nas redes sociais, são alvo de representações, ações criminais e cíveis e seus autores serão devidamente responsabilizados. São Paulo, 03 de novembro de 2021. Daniel Bialski e Fernando Lottenberg, advogados”.

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