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Operação da PF investiga ex-senador Romero Jucá em Roraima

Além de Romero Jucá, polícia tem mais 21 alvos de investigação envolvidos no suposto esquema. Contratos investigados somam R$ 500 milhões

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
Romero Jucá
1 de 1 Romero Jucá - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

O ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) é um dos 22 alvos de nova investigação anunciada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (23/11). A Operação Imhotep cumpre mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Roraima por um suposto esquema de corrupção e fraudes. Os crimes ocorreram entre 2012 e 2017, por meio de convênios de prefeituras de diversos municípios de Roraima, incluindo a capital Boa Vista.

Segundo o Relatório de Produção de Conhecimento do Tribunal de Contas da União (TCU), os envolvidos na fraude executaram mais de R$ 500 milhões em contratos com empresas do Programa Calha Norte. Além desse valor, cerca de R$ 15 milhões foram transferidos apenas para pagamento de propina, conforme a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) apuraram.

A investigação aponta que três empresas de engenharia participavam do programa e distribuíam ativamente o valor da propina entre servidores públicos cientes do esquema, incluindo o ex-senador. De acordo com a PF, Jucá recebia sua parte por meio da conta de empresas em que familiares são sócios, além das próprias contas pessoais dos parentes.

O papel de Jucá 

Durante o esquema, Jucá interferia no processo, principalmente, quando os convênios tinham aplicação de algum dinheiro federal. Segundo informações da polícia, o político ainda bloqueava o pagamento de emendas parlamentares para as organizações privadas envolvidas caso não recebesse a sua parte da propina.

Além de senador, Romero Jucá foi Ministro da Previdência Social em 2005 e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão do Brasil em 2016, durante os governos Lula e Dilma, respectivamente.

Os investigados podem responder por fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A pena pode chegar a 35 anos de prisão.

A reportagem tentou contato com a assessoria do ex-parlamentar, sem retorno. O espaço segue aberto.

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