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ONG aponta falhas do Facebook em detectar fake news sobre eleições

Estudo da Global Witness enviou 10 anúncios com erros para testar eficácia e segurança dos sistemas de moderação; todas foram aprovadas

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
imagem de celular com logo de rede social ao fundo
1 de 1 imagem de celular com logo de rede social ao fundo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Os sistemas de segurança e moderação de conteúdo da Meta, empresa dona do Facebook, não são completamente eficazes quando o assunto é impedir a disseminação de notícias falsas sobre as eleições brasileiras na rede social. É o que aponta um estudo da organização internacional Global Witness, publicado nesta segunda-feira (15/8).

A ONG criou dez anúncios em português contendo desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro, com o objetivo de testar o funcionamento dos sistemas de moderação da plataforma. Todos os anúncios passaram pelo crivo e foram aprovados para publicação.

De acordo com a Global Witness, as peças publicitárias aprovadas levariam o eleitor ao erro a partir de datas incorretas, métodos de votação inexistentes no país, além de questionamentos sobre a integridade das urnas eletrônicas. Apenas uma publicação foi barrada inicialmente, porém, acabou sendo liberada após seis dias.

De acordo com a instituição, todos os anúncios enviados violam políticas de anúncios eleitorais da Meta, bem como diretrizes da comunidade.

As publicações foram enviadas do Reino Unido e do Quênia, contrariando regras, e financiadas com recursos de fora do país. O pagamento foi feito a partir de uma conta que não foi verificada pelo processo de autorização de anúncios do Facebook, um requisito para qualquer postagem relacionada a eleições.

“Apesar dos autoproclamados esforços do Facebook para combater a desinformação – particularmente em eleições de alto risco – ficamos chocados ao ver que eles aceitaram todos os anúncios de desinformação eleitoral que enviamos no Brasil”, afirma Jon Lloyd, consultor sênior da ONG, em comunicado.

Entre os conteúdos que entraram no ar, um post era direcionado à população indígena e informava uma data errada para a realização do pleito em 2022. O anúncio foi inicialmente rejeitado, “sob a política de Anúncios sobre questões sociais, eleições ou política”, mas acabou sendo aprovado seis dias depois, sem intervenção do criador, de acordo com a ONG.

A entidade ressalta ainda que o conteúdo do anúncio inclui conteúdos incorretos que poderiam impedir os usuários de exercerem o direito ao voto, como informações falsas sobre quando, onde e como votar.

Cenário instável

A organização ressaltou que decidiu enviar os conteúdos contendo desinformação eleitoral no formato de anúncios porque isso permite fazer a remoção antes de serem publicados.

“O Facebook deve enfrentar urgentemente a desinformação que se prolifera em sua plataforma para evitar o risco de interferência eleitoral, desinformação, agitação e violência no Brasil”, completa o porta-voz.

Ao Metrópoles, a Meta informou, em nota, “que tem se preparado extensivamente para as eleições de 2022 no Brasil”.

“Nos preparamos extensivamente para as eleições de 2022 no Brasil. Lançamos ferramentas que promovem informações confiáveis por meio de rótulos em posts sobre eleições, estabelecemos um canal direto para o Tribunal Superior Eleitoral nos enviar conteúdo potencialmente problemático para revisão e seguimos colaborando com autoridades e pesquisadores brasileiros”, afirma um porta-voz da empresa.

“Nossos esforços na última eleição do Brasil resultaram na remoção de 140 mil conteúdos no Facebook e no Instagram por violarem nossas políticas de interferência eleitoral. Também rejeitamos 250 mil submissões de anúncios políticos não autorizados. Estamos comprometidos em proteger a integridade das eleições no Brasil e no mundo”, conclui o comunicado.

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