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OIT: mulheres ganham 17% menos por hora que homens na América Latina

Relatório da OIT também revela que mulheres se ocupam de 80% das tarefas domésticas

atualizado

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mulher gravida trabalho trabalhando
1 de 1 mulher gravida trabalho trabalhando - Foto: iStock

Apesar do aumento da participação feminina no mercado de trabalho, uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que as mulheres ainda ganham 17% a menos por horas trabalhadas que os homens na América Latina. Os números fazem parte da pesquisa “Mulheres no mundo do trabalho: desafios pendentes para uma equidade efetiva na América Latina e no Caribe” que foi publicado nesta terça-feira (27/08/2019) e levou em consideração países da América Latina e Caribe.

Segundo o documento, mulheres têm desvantagens na comparação com homens da mesma idade, nível educacional, presença de crianças em suas casas, condição rural e tipo de trabalho. O relatório destaca ainda que, após um rápido crescimento até o ano 2000, a participação da mão de obra feminina passou a crescer lentamente nas empresas desde então. Atualmente, 50,3% das mulheres em idade laboral trabalham ante aproximadamente 75% dos homens.

Desigualdade
O relatório ressalta ainda que lacunas salariais persistem, apesar de as tendências de longo prazo mostrarem mudanças significativas, como, por exemplo, no caso da educação, área em que o número de mulheres com estudo superior é maior que dos homens. Entre os nascidos em 1990, 40% das mulheres trabalhadoras têm educação superior, em comparação com 25% dos homens, destaca o estudo.

Com base nas diferenças detectadas na renda do trabalho, o relatório da OIT explora várias dimensões do hiato de gênero, a fim de identificar as maiores vulnerabilidades, e essas informações podem ser úteis ao desenho de políticas públicas e estratégias para intervenção

“Políticas ativas de emprego são necessárias para apoiar a inserção das mulheres no mercado de trabalho, assim como serviços de informação e de orientação que contemplem as necessidades específicas das mulheres, programas de capacitação e de formação para melhorar a sua empregabilidade, e programas específicos para atender, principalmente, às necessidades de mulheres afetadas pela desigualdade (migrantes, jovens, mulheres rurais e trabalhadoras agrícolas)”, disse o economista regional da OIT, Hugo Ñopo.

Os dados analisados no relatório, coordenado por Ñopo, permitem detectar onde a diferença de renda é maior, ao destacar “padrões diferenciados”. A desigualdade, por exemplo, é mais acentuada entre os 20% dos trabalhadores de baixa renda, ou entre trabalhadores rurais autônomos.

“Embora seja verdade que houve avanços muito importantes na incorporação das mulheres ao trabalho, o caminho para a igualdade ainda é longo, e, às vezes, íngreme”, disse o diretor da OIT, Juan Hunt, ao apresentar o documento no Peru. O chefe da organização chamou os números de “injustificáveis” e disse que impendem de criar uma sociedade mais “próspera e justa”.

A OIT também estudou os fatores possíveis que justificam os números. Entre estes estão os esteriótipos de discriminação e as normas sociais, como divisão sexual do trabalho e arranjos familiares.

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